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Configuração absurda e tecnologias novas: será que o Turing Cadenza é real?

Por| 06 de Setembro de 2016 às 23h05

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Configuração absurda e tecnologias novas: será que o Turing Cadenza é real?
Configuração absurda e tecnologias novas: será que o Turing Cadenza é real?

Qual seria a descrição de um top de linha típico atual? Chip com 4 a 10 núcleos, dependendo do foco em eficiência single-core ou paralelismo, 4 ou 6 GB de memória RAM, um mínimo de 32 GB de memória interna e tela Quad-HD. As câmeras, com raras exceções, variam de 12 a 21 megapixels, com câmeras frontais de 13 megapixels já se tornaram comuns. Considerando que o sistema operacional seja o Android, um top de linha típico já vem com especificações suficientes para rodar qualquer tipo de app ou jogo. Então não há uma razão clara para aumentar demais esse poder de fogo, já que esse desempenho extra ficará subutilizado, certo? Ou não?

É aqui que nos deparamos com o Turing Cadenza, um smartphone que promete um ganho exponencial de especificações. Basicamente, mais do que dobra as especificações dos modelos atuais, isso para sermos conservadores. Antes de entendermos o foco dele, vamos ver o que ele promete trazer (e o que é questionável).

Quase um PC de alto desempenho

O ponto que nos chamou mais a atenção no Cadenza foi a escolha do SoC: nada menos do que dois Snapdragon 830. Isso totaliza 16 núcleos, de acordo com as informações vazadas. Ou seja, confirmaria sem sombra de dúvidas que o Snapdragon 830 será octa-core, e não quad-core, como foi questionado há pouco tempo. O Snapdragon 820 atual já é um dos chips mais potentes do mercado, e o seu sucessor, o Snapdragon 830, chegará ao mercado para continuar essa fama em 2017. E, mesmo assim, o Cadenza promete trazer dois deles.

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Como cada um deles virá com 6 GB de memória RAM LPDDR4X por SoC, isso totaliza 12 GB, mais do que os 8 GB previstos para se tornarem padrão em 2017. Os componentes em dobro não param por aí: segundo os rumores, a memória interna será de 512 GB (256 GB x2), com a possibilidade de expandir esse espaço para 1 TB com dois cartões microSD de 256 GB cada um. Os componentes em dobro acabam em uma câmera frontal dupla de 20 megapixels, mas as configurações titânicas continuam na câmera traseira.

Ele não somente viria com uma configuração da próxima geração, como também dobraria cada um dos componentes.

Já que modelos com câmera dupla na parte traseira são comuns demais, o Cadenza quer utilizar nada menos do que quatro simultaneamente, usando um total de 3 lentes e com um sensor capaz de tirar fotos de 60 megapixels. Os vídeos? Em 6K, seja lá o motivo, já que o próximo estágio de telas de alta resolução previsto para substituir o 4K é o 8K, já presente em alguns modelos conceito de televisão. Ou seja, não será compatível nem com o próximo passo nem com a tela do aparelho, com resolução Quad-HD.

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Por mais impressionante que seja a ficha técnica, o que mais nos chama a atenção são as duas novas tecnologias de bateria.

Até agora, o Cadenza não traz nada de muito novo, sendo o equivalente a workstations de alto desempenho em relação a um PC comum, só que para smartphones. O componente novo é a bateria, uma combinação de uma bateria tripla de 2.400 mAh de grafeno com outra de 1.600 mAh de células de hidrogênio. Isso totalizaria 100 Wh. Em outras palavras, 2,5 vezes a capacidade de bateria do iPad Pro de 12,9 polegadas (38,8 Wh). Isso para um aparelho de 5,8 polegadas que, segundo as imagens vazadas, não é tão espesso assim.

Há outras informações interessantes, como a construção em óxido de grafeno, suporte a 4 chips SIM, WiGig (que usa uma frequência de 60 GHz), aptX (talvez o recurso menos chamativo, considerando todo o resto), e um sistema de som da Marshall. Agora, uma pergunta importante: por que tudo isso?

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Hype?

Não podemos deixar de questionar se o Turing Cadenza é real ou apenas um golpe de marketing. A própria configuração do aparelho já levanta dúvidas sobre isso, já que não foca apenas em oferecer os melhores componentes disponíveis, e sim em (pelo menos) dobrar cada um deles. Também não questionamos o preço que ele cobrará por isso tudo, já que se há uma coisa que aprendemos com o mercado de luxo é que um preço alto não é obstáculo, sempre com um público disposto a pagar por ele. Mesmo mantidas as margens de lucro proporcionais dos tops de linha, ele com certeza não será barato.

Nossos questionamentos estão em outro lugar. Primeiramente, ele está previsto para chegar em 2017, mas sem outros detalhes. Ou seja, por ser tanto em janeiro quanto em dezembro, e a própria previsão incerta já um mal presságio. Se o Cadenza contasse com um período mais preciso, seria um indicativo de que pelo menos uma versão de testes iniciais já está funcionando corretamente, sendo possível, então, precisar pelo menos o trimestre para o seu lançamento oficial.

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Algumas das fontes alegam que o Turing Cadenza é "bom demais para ser verdade", uma expressão que faz todo o sentido.

O segundo ponto é que o Cadenza está cotado para trazer tecnologias que ainda não chegaram ao mercado, em especial na bateria. Nada menos do que duas tecnologias – que são bastante promissoras para substituir os íons de lítio – estão previstas. Ou seja, um modelo funcional com qualquer uma delas ainda não chegou ao mercado, mas a Turing Robotics Industries conseguiu fazer com que as duas fossem viáveis? Aliás, por que usar duas tecnologias de bateria?

A duplicidade de configuração nos parece bastante provável, já que isso é bem comum em máquinas de alto desempenho, que conseguem trazer dois ou mais processadores em uma mesma placa-mãe. Até aí, tudo bem. Aliás, considerando que o sistema operacional previsto seja o Swordfish OS, baseado no Sailfish OS (pouco conhecido, mas altamente customizável), projetado para Deep Learning, mais as requisições de processamento para Deep Learning, a configuração não parece tão absurda assim.

Focando em redes neurais, processamento de linguagem, redes de memória de curto/longo prazo e segurança (o que subentende uma fortíssima camada de criptografia), qualquer GHz ou GB é bem vindo. Smartphones atuais adotam versões simplificadas disso, mas geralmente reservando essas tarefas a decodificadores e coprocessadores específicos (como o Cortex-M9 usado no Apple A9), de forma que é curioso ver como será a implementação disso no Cadenza, já que nada foi falado a respeito.

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Porém, todo cuidado é pouco. Se o Cadenza for real, qualquer informação sobre ele até o momento deve ser tratada como um rumor em suas fases iniciais. Ao que tudo indica, temos um longo caminho até o seu anúncio oficial, inclusive com um tamanho ainda incerto e que pode sofrer alterações. Há muita coisa de questionável até aqui, e por mais que uma boa parte de seus recursos não seja tão absurda assim, teremos que esperar para ver se a Turing Robotics Industries conseguirá entregar tudo que os rumores mostram.

Se ele for real, será bom para o mercado como um todo, não somente por mostrar que o paralelismo é possível em SoCs como também por anunciar uma (possível) nova geração de baterias. Se não for, será apenas mais um smartphone que chamou a atenção, mas que será rapidamente esquecido.

Fontes: WCCF Tech, PhoneArena, Android Central