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Calor acima de 35 °C faz mal para o celular? Veja o que acontece

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Reprodução/Xiaomi Time
Reprodução/Xiaomi Time

Com a chegada do verão e as ondas de calor extremo, seu celular pode correr perigo. O calor acima de 35 °C não só pode ajudar a viciar a bateria, mas causar explosões. Especialistas revelam como as temperaturas altas e erros comuns podem fazer mal para o seu aparelho.

A maioria das fabricantes, incluindo gigantes como Apple e Samsung, estipula em seus manuais que a temperatura ambiente ideal de funcionamento para smartphones vai até 35 °C.

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Ao passar disso, o aparelho entra em uma "zona de risco". O calor ambiental acelera a degradação química da bateria, reduzindo permanentemente sua vida útil e, pior, comprometendo a segurança do usuário.

Luiz Carlos Kretly, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, explica a física por trás desse problema. Segundo ele, o calor faz os materiais internos se expandirem e contraírem em escalas diferentes, o que pode gerar microfissuras e falhas. Ele ressalta a gravidade da situação com uma explicação direta:

“Os danos são muito variáveis, desde a perda da funcionalidade do display, da bateria e de todo o dispositivo. Alguns podem ser irreversíveis. Mas o dano mais catastrófico em um celular, por exemplo, é a explosão da bateria — um evento muito raro, mas não desprezível.”

Celular pode virar uma bomba?

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A grande vilã e, ao mesmo tempo, vítima dessa história é a bateria de íons de lítio. Ela contém eletrólitos inflamáveis que, sob estresse térmico, podem gerar gases e pressão interna. Se o sistema de ventilação falhar ou a temperatura subir demais, a ignição acontece.

Mas não é só o sol o culpado. Edson Martinho, engenheiro e diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), traz um alerta que usos sob o sol e em locais com pouca circulação de ar como debaixo de travesseiros podem danificar o sistema de proteção das baterias. 

Quedas e amassados também podem danificar a blindagem da bateria. Se essa proteção física já estiver comprometida, o calor externo atua como um catalisador para o desastre. Por isso, ele recomenda cautela extra na compra de usados.

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Cuidado com acessórios piratas

Outro fator importante é a procedência dos acessórios. Ewaldo Mehl, professor de engenharia elétrica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), tenta tranquilizar quem cuida bem do aparelho, garantindo que a tecnologia original é segura:

"Celulares, quando estão em bom estado, novos, usados adequadamente, carregados com o carregador original e com a bateria não substituída, não devem ter problemas como pegar fogo ou explodir."

O professor explica que o carregador original é desenhado especificamente para gerenciar a energia de forma segura, algo que as versões falsificadas ignoram.

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"O carregador que vem com o celular foi projetado no limite, para que ele carregue rapidamente, mas, ao mesmo tempo, não danifique ou seja perigoso para a bateria."

Edson Martinho complementa essa visão, complementa expondo a economia perigosa feita pelos fabricantes de produtos paralelos:

"Equipamentos não originais geralmente removem componentes para reduzir o custo final, o que pode resultar na perda de dispositivos de segurança, além de não serem testados e aprovados por órgãos competentes, como a ANATEL."

Como proteger seu celular

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Jamais deixe o celular no painel do carro sob sol forte ou carregando debaixo do travesseiro, onde o calor não tem para onde escapar.

Caso sinta o aparelho "fervendo", pare o uso imediatamente, remova a capinha e deixe-o esfriar na sombra — nunca o coloque na geladeira, pois o choque térmico e a condensação interna podem ser fatais para os circuitos.

Se o pior acontecer e o celular começar a soltar fumaça ou pegar fogo, o ideal é isolar o aparelho de objetos inflamáveis e usar um extintor de incêndio de CO2.

Nunca jogue água. Como lembra o professor Mehl, o lítio reage violentamente em contato com a água, o que resulta no aumento das chamas.

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