Apple registra patente de cabo com conector Lightning magnético
Por Igor Almenara | Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Março de 2021 às 14h00
Os conectores Lightning, além de datados e pouco eficientes, são acessórios bastante frágeis. Para contornar um desses problemas que tanto assolam os donos de iPhone, a Apple registrou uma nova patente que une a tecnologia magnética do MagSafe com o conector, num novo modelo de porta inédito na indústria — e que, novamente, seria exclusivo para dispositivos da companhia.
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A solução descrita por uma patente registrada pela Apple nos Estados Unidos mostra um conector equipado com o MagSafe na porta que se conecta ao aparelho — ao lado de um celular com uma concavidade compatível com o carregador magnético.
Nas imagens, o Lightning com MagSafe substitui a ponta frágil por um conector arredondado dividido por seções que fornecem energia ao aparelho. Do outro lado, a entrada do celular conta com as mesmas frestas para o recebimento da carga.
Em nenhum trecho do documento a Apple menciona que o carregador será destinado aos iPhones da companhia. Na verdade, o uso de um aparelho celular nos documentos pode ter uma função exclusivamente de servir como referência.
Por se tratar de uma patente, a tecnologia foi descrita apenas na superfície: não há informações concretas sobre o acessório ou a nova porta — qual a potência ou eficiência durante recargas, por exemplo. Além disso, a ideia pode nem sair do papel se não proporcionar uma experiência de uso agradável durante o desenvolvimento.
E o meio ambiente?
Nessa história, quem se contradiz novamente com os próprios propósitos é a Apple. O carregador fortalecido com o MagSafe é belíssimo avanço tecnológico, mas está longe de ser uma medida “ecofriendly”. A patente é só uma ideia, mas demonstra onde a Apple está focando para os próximos lançamentos.
A criação de entradas proprietárias é uma péssima medida para o meio ambiente. O MagSafe como acessório adicional é aceitável e adiciona à experiência, mas a ausência do conector USB-C, tão comum nos lançamentos topo de linha, intermediários e de entrada em toda a indústria, agrava a situação da Apple.
Na prática, a porta exclusiva implica na produção massiva de mais um tipo de carregador — que, se considerarmos a volatilidade da companhia, pode ser abandonado em poucos anos. Ademais, todos os cabos Lightning produzidos até o momento poderia se tornar apenas lixo eletrônico.
Além disso, vale ressaltar que a recarga sem fio não é nem de longe tão otimizada quanto a recarga cabeada. Ainda é cedo para deduzir qual a tecnologia que compõe o conector com MagSafe, mas se for uma adaptação dos carregadores por indução numa porta menor, a transmissão de energia seria a mesma.
Em resumo, um carregador sem fio exige muito mais energia para gerar a transmissão de energia para o celular. A tecnologia tem se tornado ainda mais comum de uns anos para cá nos lançamentos mais dispendiosos do mercado de smartphones, contudo, está longe de estar amadurecida o bastante para substituir as entradas convencionais.
A solução da Apple pode, sim, ser uma alternativa interessante para aprimorar resistência do iPhone ou de qualquer aparelho da companhia contra água ou poeira, mas destoa do discurso de “proteção ao meio ambiente”. Se confirmada, não restará dúvidas de que a companhia não está nem um pouco interessada em poupar matéria prima ou consumo de energia e que a retirada dos carregadores da caixa não passou de uma estratégia de vendas ousada.
Fonte: MacRumors