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Round 6: O Desafio | Brasileiro denuncia abuso sexual e manipulação em reality

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O reality show Round 6: O Desafio chegou à Netflix rodeado de muita polêmica. Além de toda a discussão sobre a validade de uma competição inspirada em uma série que critica justamente esse tipo de proposta, o programa também vem sendo alvo de denúncias de abusos e até de manipulação. Um participante brasileiro, inclusive, chega a citar um caso de abuso sexual que teria acontecido nos bastidores.

O músico Yohan Tanaka foi o único brasileiro selecionado para participar do reality e detalha algumas das situações que presenciou durante as gravações do show, acontecidas no Reino Unido. Em entrevista à coluna do jornalista Gabriel Perline, do IG, o participante conta sobre um suposto caso de assédio acontecido durante as filmagens com uma mulher que desmaiou durante as filmagens.

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Segundo ele, essa pessoa contou em um grupo formado por ex-participantes de O Desafio que teria sido abusada sexualmente dentro do hotel por alguém da produção. “Ela falou pra gente no grupo que foi abusada ou tentaram abusar dela sexualmente”, conta Tanaka. “Não sei até que ponto chegou esse abuso. Mas pra mim só de você tentar fazer algo com alguém isso já é um abuso sexual”.

Jogo manipulado

Outro ponto destacado pelo músico brasileiro é que, ao contrário do que o programa propõe, a competição não é tão justa assim e há uma manipulação para beneficiar alguns participantes, que seriam escolhidos previamente para vencerem as provas.

A ideia de Round 6: O Desafio é simular a experiência apresentada na série sul-coreana, colocando 456 pessoas para disputar o prêmio de US$ 4,56 milhões — cerca de R$ 22,3 milhões na cotação atual. O problema é que, conforme conta Tanaka, as chances nunca foram iguais para todos os competidores.

O brasileiro afirma que percebeu a manipulação logo que chegou nas gravações, já que era nítido que algumas pessoas tinham tratamento diferenciado por parte da produção. Algumas delas podiam ir ao banheiro no meio do jogo, enquanto a grande maioria tinha que suportar os longos períodos de gravação que chegavam a 10 horas. Em alguns casos, pessoas desmaiavam e o atendimento demorava a acontecer — isso quando acontecia.

"Eles demoraram mais dez minutos porque estavam terminando de filmar a rodada”, relembra Tanaka.” “Eles mandaram um caixão que faz parte da série para levar quem está morto. Colocaram a pessoa desmaiada dentro do caixão para pegar isso na câmera".

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Além disso, o músico destaca que os microfones usados pelos “figurantes” — ou seja, os participantes que não contavam com a ajuda da produção — eram falsos. Segundo ele, foi a partir da descoberta que eles usavam apenas um pedaço de plástico com uma espuma que as suspeitas de manipulação do jogo ganharam mais força.

Por fim, Tanaka diz que ele próprio foi prejudicado por toda essa armação, já que teria sido eliminado mesmo após concluir a primeira prova com sucesso.

Abusos e maus-tratos

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Só que o relato do brasileiro não é o único apontando para os problemas nos bastidores de Round 6: O Desafio. Na verdade, as denúncias antecediam a própria estreia e ganharam força agora que o reality show chegou à Netflix. E os casos já são tão volumosos que há ex-participantes se organizando para entrar com um pedido de indenização contra a plataforma por maus-tratos durante as filmagens.

As alegações vão ao encontro daquilo que Tanaka contou, sobretudo relacionadas a lesões e problemas de saúde sofridos durante as gravações do programa. A alegação geral é que a produção não cuidou da segurança dos participantes, priorizando o espetáculo e a simulação de situações vistas na série original.

De acordo com o site The Hollywood Reporter, o escritório de advocacia responsável pela acusação alega que vários de seus clientes se machucaram durante as filmagens por causa de situações a que eles eram submetidos, além dos padrões precários de segurança no set. O resultado é que muitos participantes alegam ter sofrido danos nos no sistema nervoso, além de hipotermia, já que eles foram obrigados a encarar temperaturas negativas por várias horas em um dos jogos.

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Um dos participantes falou ao THR que a situação nos bastidores de Round 6: O Desafio era equivalente ao de uma zona de guerra e que eles não podiam reclamar sobre a situação. “Quem falasse algo era eliminado”, conta um dos 456 candidatos do game.

O Canaltech procurou a Netflix e aguarda um posicionamento sobre as acusações. Ao The Hollywood Reporter, o produtor-executivo do reality show, John Hay, disse que o programa tomou todas as medidas para cuidar das pessoas e que todos os jogos foram previamente testados para garantir a segurança dos participantes. Sobre os casos de hipotermia, ele justifica que as filmagens aconteceram em um dia frio e que foi bastante complicada e demorada. “Mas todos estavam preparados para isso e bem cuidados”, diz.

Fonte: Gabriel Perline, The Hollywood Reporter