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Crítica Somebody | K-drama da Netflix decepciona com roteiro fraco e confuso

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/ Netflix
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Não é novidade que a Netflix tem investido em produções sul-coreanas para o seu catálogo. Depois do sucesso de Round 6, a empresa lançou outras séries como As Três Irmãs, Uma Advogada Extraordinária, Amanhã e Somebody. Esta última chamou atenção por contar uma história que mescla drama, suspense e romance e por usar a tecnologia como fio condutor da trama.

A história é composta de oito capítulos e acompanha Kim Seom (Kang Hye-rim), uma jovem nerd que desenvolve uma inteligência artificial para ajudar as pessoas a se comunicarem em chats em grupo. Um dia, ela apresenta seu projeto em uma feira de ciências, e uma mulher rica se interessa por ele.

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Ideia promissora

É desse modo que sua ideia se transforma em um aplicativo e nasce o Somebody, um app de namoro que faz sucesso na Coreia do Sul e é usado por diferentes tipos de usuários. Um desses usuários é Seong Yun-o (Kim Young-kwang), um jovem bonito e sedutor que cria várias contas para se relacionar com mulheres e depois matá-las.

Ele tem em sua gaveta muitos celulares e chips telefônicos para manter uma conta sempre ativa para se conectar no aplicativo e, assim, atrair suas vítimas.

É a partir dessa trama que a história começa a se desenvolver. O primeiro episódio parece um tanto confuso, pois apresenta os personagens de maneira brusca, sem contextualizá-los e sem explicar de que maneira eles se relacionam.

Em um momento, Kim está começando a desenvolver seu aplicativo e em outro já está conversando com Seong. Como isso aconteceu é um mistério, já que a série da Netflix não se importa em criar uma linha do tempo e nem em dar respostas para o público.

Por se tratar do primeiro episódio, no entanto, fica fácil relevar e dar mais uma chance para Somebody, afinal ainda faltam sete capítulos pela frente. E é assim, que a série instiga o espectador a dar o play no próximo episódio.

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Muitas perguntas e nenhuma resposta

O segundo episódio consegue ser ainda mais confuso que o primeiro e apresenta novos personagens, como a policial Yeong Gi-eun (Kim Su-yeon) e a xamã Im Mok-won (Kim Yong-ji ), ambas amigas da protagonista.

Em um determinado momento, Gi-eun, que é cadeirante, se envolve com o psicopata assassino e vai se encontrá-lo em um lugar deserto. Lá, ela se relaciona sexualmente com ele e é abandonada à mingua, uma vez que o rapaz jogou sua cadeira de rodas fora.

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É a partir desse ponto que o espectador começa a desistir da série e entender que a narrativa não irá para lugar nenhum. Além do texto não ter o mínimo de coerência, entregando várias cenas soltas, o desenvolvimento dos personagens é realmente ruim.

Imagine uma policial experiente indo se encontrar com um homem que ela não conhece em um lugar deserto. Essa aberração é apenas a primeira da série, e vale falar que depois de ser abandonada e quase morrer ela aceita se encontrar com ele novamente e, mais uma vez, não avisa ninguém.

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Isso sem falar que parece não existir polícia na Coreia do Sul, porque não é como se o psicopata fosse a pessoa mais inteligente do mundo: ele deixa várias pontas soltas e mesmo assim nenhuma autoridade o encontra ou sequer o investiga.

O motivo dos assassinatos

Se você chegou até aqui tentando entender o que motiva Seong Yun-o a matar suas vítimas estranguladas, infelizmente vai continuar curioso. A série não revela porque ele procura pessoas para matar, apenas o apresenta como um psicopata que se sente bem ao assassinar alguém.

O encontro do assassino com Kim Seom

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Um dos raros momentos empolgantes da trama de Somebody é quando o psicopata se encontra com a protagonista. Fica no ar aquela dúvida se ele vai matá-la ou se ela conseguirá escapar. Mas o que acontece não é nada disso. Seong Yun-o revela à Kim o que faz e diz que gostaria de matar pessoas com ela, ao que a moça responde que não se importa e que também gostaria de fazer o mesmo com ele.

Nesse momento, o espectador já não sabe mais se Kim também é uma psicopata ou se está cega de amor. A personagem tinha tudo para ser bem construída, uma vez que é uma mulher no espectro autista, bem-sucedida e dona de si, mas o texto a derruba, assim como faz com todos os outros personagens. Não há ninguém que se destaca.

Boas atuações não salvam a trama, mas ajudam a contar a história

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Não dá para negar que, apesar de ser um fracasso, Somebody tem um time de atores de primeira. Todos entregam boas atuações, mesmo com um enredo tão fraco. O destaque fica para a protagonista, Kim; e para o antagonista, Seong, vivido pelo ator Kim Young-kwang. Ele dá vida a um psicopata perfeito, dosando os momentos de drama e euforia com muita precisão.

Outra atriz que se destaca é Kim Yong-ji, que vive a xamã. Apesar de ter sido pouco explorada na trama, suas cenas são boas e um pouco mais coerentes.

Desfecho previsível

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Após Seong Yun-o matar algumas mulheres, se envolver com a policial e com a protagonista, já era esperado que seu fim fosse atrás das grades ou morto, e é isso que acontece.

Kim Seom apesar de ainda ter sentimentos pelo rapaz, decide matá-lo com um corte nos olhos e no pescoço. Assim, a série termina depois de longos oito capítulos e deixa o público sem expectativa de que haja uma nova temporada (ainda bem!).

Vale a pena assistir à Somebody?

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Com uma trama bastante confusa e mal-executada, Somebody é, certamente, uma surpresa negativa no catálogo da Netflix. A série até tinha uma sinopse interessante, mas a cada capítulo fica cada vez pior. Vale elogiar o esforço dos atores para entregar algo minimamente agradável, mas ainda assim não foi suficiente.

Assim, Somebody com certeza não vale o play, mas, se você quiser dar uma chance, pode assisti-la na Netflix.

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