Tentativas de fraude a partir de empresas crescem 102% na pandemia
Por Roseli Andrion | Editado por Claudio Yuge | 17 de Fevereiro de 2022 às 13h00
Um levantamento da ClearSale, especialista em soluções antifraude, aponta que o uso de empresas para tentativas de fraude cresceu 102% durante a pandemia. Nesse período, muitos novos empreendimentos surgiram: segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 2,6 milhões de novos microempreendedores individuais (MEIs) foram criados em 2020.
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A grande quantidade de novos empreendedores levou a brechas que são aproveitadas por fraudadores. “Muitos dados de empresas são públicos e podem ser encontrados facilmente em sites da Receita Federal, por exemplo”, aponta Henrique Braga Martins, head de fraude empresarial da ClearSale.
O executivo destaca que essas informações são usadas por golpistas que tentam adquirir produtos ou serviços. “Alguns deles investem mais esforços e chegam a criar empreendimentos em nome próprio ou de terceiros com o intuito de conseguir dinheiro sem gerar negócio, o que prejudica empresas legítimas”, afirma.
Segundo o estudo, as microempresas são mais procuradas nesse caso. Isso porque da criação do MEI à aquisição de um serviço ou produto a complexidade nos processos é menor. Então, mesmo que haja empecilhos como um limite de crédito menor nos bancos, a ação dos fraudadores é mais fácil.
Martins conta que outra prática comum é a compra de empresas falidas. Com isso, é possível ter acesso ao histórico delas ou criar outra companhia. “No início, o golpista faz negócios lícitos para fazer que a companhia pareça legitima. Depois de algum tempo, entretanto, ele começa a aplicar golpes.”