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Tentativas de fraude no e-commerce brasileiro diminuem, mas seguem preocupantes

Por| Editado por Claudio Yuge | 03 de Fevereiro de 2022 às 23h30

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Unsplash/rupixen
Unsplash/rupixen

O número de golpes digitais frustrados pela Konduto em 2021 atingiu 25 milhões, um aumento de 66% em relação aos 15 milhões registrados em 2020. O prejuízo evitado chegou a R$ 7,27 bilhões em comparação com os R$ 3,5 bilhões de 2020. Os dados são do Raio-x da Fraude, elaborado pela Konduto.

No total de pedidos no comércio eletrônico nacional, a participação das tentativas de fraude caiu entre 2020 e 2021, de 2,07% para 0,94%. O valor das ações representou 1,35% do valor transacionado em 2021 contra 3,07% em 2020. O “tíquete médio” das fraudes inibidas subiu 11%: foi de R$ 289,21 em 2020 para R$ 321,77 em 2021. Já o valor médio das compras teve acréscimo de 4,8% e passou de R$ 116,96 para R$ 122,66.

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Tom Canabarro, fundador da Konduto e diretor de soluções antifraude da Boa Vista Serviços, diz que a quantidade de vendas não fraudulentas tem aumentado. “Mesmo com grande aumento do volume e, ainda mais, dos valores envolvidos nas fraudes evitadas, a participação das compras ‘fake’ caiu em relação ao total”, aponta.

Segundo ele, esses números mostram o combate a fraudes a partir da análise do comportamento dos golpistas somada à inteligência artificial aumenta a eficiência. “Em 2021, o número de pedidos analisados aumentou 92%, mas a participação dos fraudulentos em relação ao total caiu”, destaca.

Comportamento do golpista

Em 2021, a quantidade de ataques pelo celular representou 70% das tentativas, enquanto em 2020 foram 62% e em 2016 apenas 20%. Canabarro lembra que, como o consumidor utiliza cada vez mais o celular para as compras, os fraudadores seguem o mesmo caminho.

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Entre os navegadores, o Google Chrome é o preferido para compras (77,5%) e para fraudes (59%). Há um crescimento, entretanto, das fraudes praticadas pelo Firefox: com apenas 1,69%% do total de pedidos, ele foi utilizado em 25,4% dos golpes.

O relatório compara, ainda, os comportamentos do fraudador e do consumidor comum. Tanto vendas quanto tentativas de fraudes têm maior volume entre segunda e sexta-feira. Além disso, os fraudadores evitam fazer pedidos durante a madrugada e preferem aplicar golpes entre meio-dia e meia-noite.

As viagens, mais caras e mais fáceis de repassar a terceiros, são as preferidas dos golpistas (27,5% do total). Já os consumidores comuns preferem acessórios e utilidades (28,69%) e alimentos e bebidas (24,65%).

Nos Estados

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Os maiores mercados, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, concentram mais de 60% das compras e, consequentemente, das fraudes. Houve, porém, mudanças importantes na divisão entre os três Estados. O Rio de Janeiro, tinha 11,6% do total de pedidos e 10,5% de participação nas fraudes em 2020. Em 2021, a participação foi para 24,9% nas vendas reais e 14% nos golpes.

São Paulo, por sua vez, tinha 34,9% de participação em pedidos e 27,6% de tentativas de golpes em 2020 e passou para 36,16% de participação em vendas reais e 36,67% em fraudes. Já Minas Gerais viu os pedidos passarem de 10,23% em 2020 para 15,13% em 2021 e as tentativas de fraudes irem de 8,80% em 2020 para 12,41% em 2021.

Canabarro aponta que esse conhecimento e a adoção de um sistema antifraude podem ser a diferença entre vendas aparentemente bem-sucedidas e um foco de ação de criminosos. “Volumes muito acima do previsto, por exemplo, devem ser verificados com o provedor de segurança e e-commerce.”