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Com alta de 126%, Brasil lidera uso de deepfakes em fraudes na América Latina

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Freepik, arso74
Reprodução/Freepik, arso74

A Sumsub, empresa dedicada à verificação de identidade e prevenção de fraudes, lançou seu 5º Relatório Anual Identity Fraud Report 2025-2026, com análises de mais de 4 milhões de tentativas de fraude entre 2024 e 2025.

Também foram entrevistados mais de 300 profissionais de risco da área e 1.200 usuários finais, mostrando como está o mercado de fraudes, as ameaças emergentes e os setores mais afetados pelos golpistas.

Embora o número de ataques em si tenha diminuído nos últimos anos, indo de uma taxa global variável entre 2,0% e 2,6% em 2023-2024 para 2,2% neste ano, a proporção de ataques complexos aumentou. Em 2025, o número cresceu 180%, um impulsionamento por conta de deepfakes, identidades sintéticas e manipulação de telemetria.

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Deepfakes, fraudes e inovação

A novidade nos golpes está, principalmente, na manipulação da telemetria, onde não são mais forjados documentos, mas sim o contexto: dados de dispositivos, fluxos de câmera e chamadas de API são modificados para burlar os sistemas de verificação. Hoje, aproximadamente 28% das tentativas globais de golpe são consideradas altamente sofisticadas. Em 2024, eram 10%.

A sofisticação veio na esteira da democratização do crime virtual por meio de kits de golpe prontos, como PaaS (phishing as a service). Segundo Georgia Sanchez, Líder de Negócios da Sumsub no Brasil, a América Latina segue sendo uma das regiões mais impactadas pelas fraudes, entrando na era da sofisticação.

Para as empresas, resta adotar estratégias mais adaptativas, especialmente as impulsionadas por IA, usando as armas dos criminosos contra eles próprios.

O relatório mostrou que, entre 2024 e 2025, a taxa de fraudes na América Latina e no Caribe aumentou em 13,3%, com 86% dos entrevistados relatando que os golpes estão mais sofisticados e mais impulsionados por IA. Na região, 43% das empresas sofreram fraude neste ano, com 100% sendo afetadas por phishing e somente 43% relatando fraude de identidade às autoridades.

Em 2025, 68% dos usuários foram vítimas de fraude, com 63% tendo suas redes sociais hackeadas, 10% perdendo acesso a logins governamentais e 31% sendo abordados para atuar como mulas de dinheiro.

No Brasil, embora as fraudes de identidade tenham caído 10% entre 2024 e 2025, deepfakes e identidades sintéticas cresceram 126%, tornando o país responsável por quase 39% de todos os deepfakes da América Latina.

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Em outros países, como Guatemala, México, Panamá e Suriname, os deepfakes cresceram vertiginosamente, entre 400% e 500%. Até 71% das empresas do continente usam modelos híbridos de prevenção à fraude, combinando equipes internas com fornecedores externos, mas todas ainda dependem de processos manuais, que podem atrasar a detecção e resposta às fraudes.

A digitalização das fraudes é crescente: em 2025, 1 em cada 50 documentos falsificados foi gerado por IA, através de ferramentas como ChatGPT, Grok e Gemini. A Sumsub projeta que, o ano que vem, agentes de fraude de IA serão capazes de executar golpes de ponta a ponta, desde a criação de identidades falsas ao processo de verificação em tempo real.

Segundo Pavel Goldman-Kalaydin, Head de AI/ML na Sumsub, “a IA está transformando a verificação de identidade em ambos os lados do campo de batalha: ela dá poder aos fraudadores enquanto oferece aos defensores uma visibilidade sem precedentes”.

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Às empresas, a defesa corporativa terá de se adaptar e adotar tecnologias impulsionadas por IA cada vez mais rápido, com biometria comportamental, verificação em várias etapas e monitoramento contínuo de seus ambientes para seguir sobrevivendo longe dos golpes e fraudes.

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