Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Polícia prende 31 acusados do “golpe dos nudes”, com fraudes de R$ 5 milhões

Por| Editado por Wallace Moté | 29 de Maio de 2023 às 14h45

Link copiado!

engin akyurt/Unsplash
engin akyurt/Unsplash

A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (29) 31 pessoas acusadas de praticarem o “golpe dos nudes”. Os suspeitos foram apreendidos em 11 cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, apontados como participantes de um esquema que fez vítimas em 12 estados brasileiros e teria acumulado valores de até R$ 5 milhões.

De acordo com as investigações, pelo menos 80 pessoas teriam sido vítimas do golpe em todo o país. A quadrilha tinha empresários, médicos e políticos como foco principal; uma das vítimas chegou a entregar R$ 100 mil aos bandidos em troca de sigilo de imagens íntimas e a exposição de conversas particulares para familiares e colegas de trabalho.

Há também suspeitas de aliciamento de menores, já que pelo pelo menos uma adolescente de 17 anos recebeu entre R$ 100 e R$ 200 da quadrilha pela produção de fotos íntimas. As imagens eram enviadas às vítimas do golpe como parte do esquema — segundo a Polícia, mais jovens com idades entre 18 e 19 anos também faziam parte da quadrilha, fingindo serem mais novas para atrair as vítimas.

Continua após a publicidade

Além das 31 prisões, 11 delas preventivas e 30 temporárias, a polícia também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e bloqueou 25 contas bancárias que seriam utilizadas pelos bandidos. Durante os trabalhos, as autoridades também encontraram delegacias “falsas”, usadas como cenário para a prática de extorsão pelos bandidos.

Como funciona o “golpe dos nudes”?

Os principais alvos das quadrilhas eram homens mais velhos, normalmente encontrados a partir de redes sociais e aplicativos de namoro. Os criminosos se passavam por mulheres bonitas e com fotos provocantes, levando a conversa para o WhatsApp onde imagens íntimas eram trocadas junto a promessas de encontro sexual.

Continua após a publicidade

Depois que a vítima caía, membros da quadrilha se passavam por familiares da mulher ou policiais, apontando que a conversa acontecia com uma menor de idade, e exigiam dinheiro para que a conversa não fosse exposta a cônjuges, colegas de trabalho e outros. Nas delegacias “falsas”, eram gravados vídeos que simulavam o registro de ocorrência por pedofilia e encenações que ajudavam a dar maior credibilidade ao golpe. Em outra versão da fraude, desconhecidos fazem chamadas de vídeo em que exibem imagens de nudez enquanto com capturam a tela para ameaçar a vítima.

A extorsão não acabava após o primeiro pagamento. A vítima tinha que entregar mais e mais dinheiro aos bandidos para manter o sigilo de suas conversas privadas. Dados das próprias redes sociais, assim como informações vazadas, eram usadas para localizar os familiares e colegas de trabalho dos atingidos pelo “golpe dos nudes”.

Segundo a Polícia Civil, 140 pessoas já foram presas pela prática somente no Rio Grande do Sul. As autoridades pedem aos que foram ameaçados por esta e outras quadrilhas que entrem em contato para realizar denúncias e auxiliar nas investigações.

Além disso, a recomendação é de cuidado com as conversas em redes sociais e aplicativos de relacionamento, principalmente se elas tomarem rumos sexuais rapidamente. O ideal é ignorar contatos de perfis desconhecidos e não enviar imagens íntimas a eles. Acima de tudo, a Polícia ressalta que não faz contatos nem exige qualquer valor após acusações de crime, então as vítimas devem buscar a delegacia para registrar boletim de ocorrência.

Continua após a publicidade

Fonte: G1