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O que fez Julian Assange? Relembre 8 grandes vazamentos do WikiLeaks

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 26 de Junho de 2024 às 11h36

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André Magalhães/Julian Assange
André Magalhães/Julian Assange
Julian Assange

Fundador do WikiLeaks, Julian Assange foi solto na última segunda-feira (24) após mais de cinco anos preso no Reino Unido. O jornalista e ativista australiano chegou a um acordo com a Justiça dos EUA e se declarou culpado nas acusações de crime de espionagem, após vazar documentos secretos do país norte-americano. O Canaltech separou alguns dos principais fatos revelados ao mundo graças a vazamentos publicados pelo WikiLeaks, como eventos sobre crimes de guerra, trocas de e-mails na indústria do entretenimento e até espionagem da então presidenta brasileira Dilma Rousseff.

8 fatos revelados pelo WikiLeaks

Relembre alguns dos casos mais significativos que vieram à tona após a atuação de Julian Assange como editor-chefe do WikiLeaks:

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1. Ataque dos EUA no Iraque

Um dos conteúdos mais marcantes revelados pelo WikiLeaks é um vídeo de ataque de helicóptero do exército dos EUA contra civis no Iraque, publicado em 2010. O registro mostra a aprovação do ataque para atirar contra alvos que não estavam armados, incluindo disparos contra passageiros de uma van que apareceu para ajudar os feridos logo em seguida.

A ofensiva resultou na morte de dois fotógrafos da agência Reuters, Namir Noor-Eldeen e Saeed Chmagh, e levantou discussões sobre a postura dos Estados Unidos durante a guerra. 

2. Mortes de civis em guerras

O site também publicou milhares de arquivos do governo estadunidense de cunho militar e diplomático sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão. Grande parte das informações foi vazada pela ex-analista de inteligência do exército dos EUA Chelsea Manning, presa em 2010 e em 2019.

Os vazamentos revelam que mais de 66 mil civis foram mortos no Iraque, uma quantidade maior do que os números informados oficialmente ao público, além de denúncias de espionagem.

3. Crime ambiental na Costa do Marfim

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Um relatório publicado pelo WikiLeaks em 2009 revelou um descarte ilegal de mais de 540 mil litros resíduos tóxicos na Costa do Marfim. As substâncias estavam num navio que pertencia à multinacional Trafigura.

Posteriormente, uma investigação da ONU revelou que mais de 108 mil habitantes tiveram algum tipo de sintoma decorrente do descarte.

4. Mensagens sobre o ataque às Torres Gêmeas

Em 2009, o WikiLeaks publicou mais de 570 mil mensagens de pager registradas após o ataque terrorista às Torres Gêmeas, em Nova York, EUA, no dia 11 de setembro de 2001. Existem conteúdos de familiares e amigos checando se estava tudo bem com pessoas ao redor, além de recados de figuras públicas, como uma mensagem que afirmava que o então presidente do país, George W. Bush, não retornaria para a capital Washington naquele dia.

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5. Espionagem dos EUA no governo Dilma Rousseff

O site administrado por Julian Assange revelou documentos que comprovavam a espionagem do governo dos EUA sobre a ex-presidenta Dilma Rousseff. Os dados denunciam que 29 linhas telefônicas de pessoas do alto escalão do governo foram monitoradas, incluindo assistentes, secretários, o então Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, e até o telefone do avião presidencial. 

O caso ocorreu em 2015 e, no mesmo ano, os governos de ambos os países se reuniram para resolver a situação. Na época, o porta-voz do governo brasileiro, Edinho Silva, disse que o governo dos EUA havia reconhecido os erros.

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6. E-mails da campanha de Hillary Clinton

Milhares de e-mails da conta do chefe de campanha presidencial de Hillary Clinton em 2016, John Podesta, foram vazados pelo WikiLeaks no mesmo ano. As mensagens revelam ofensas ao candidato Bernie Sanders e uma denúncia de que a candidata teria recebido dicas sobre uma pergunta que seria feita durante um debate na emissora CNN. Vale lembrar que Clinton perdeu o pleito para Donald Trump naquele ano. 

7. E-mails da Sony

O WikiLeaks publicou mais de 170 mil e-mails internos da gigante do entretenimento Sony Pictures em 2015, obtidos após um ciberataque contra a empresa realizado no ano anterior. As mensagens revelam que as atrizes Amy Adams e Jennifer Lawrence receberam um salário menor do que os atores masculinos no filme Trapaça, de 2013, além de insultos contra celebridades como Angelina Jolie e Leonardo DiCaprio.

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O ataque ocorreu antes do lançamento do filme A Entrevista, que ironiza o governo da Coreia do Norte, e Assange decidiu publicar os e-mails porque a empresa estaria “no centro de um conflito geopolítico”. 

8. Ferramentas cibernéticas da CIA

Um dos últimos vazamentos do WikiLeaks ocorreu em 2017, quando o site publicou uma série de conteúdos chamada “Vault 7”: os documentos traziam informações sobre as estratégias de espionagem e ferramentas cibernéticas usadas pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA. O vazamento ainda listou diversas vulnerabilidades em sistemas operacionais que poderiam ser exploradas pela agência de segurança.

Prisão e soltura de Assange

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Julian Assange foi preso em Londres, no Reino Unido, em abril de 2019. Antes disso, ele passou sete anos mantido em asilo político na embaixada do Equador na Inglaterra, mas o governo do país sul-americano decidiu encerrar a proteção depois de discussões diplomáticas com o Reino Unido e os Estados Unidos. 

Cinco anos depois, Assange fez um acordo com o governo dos EUA e se declarou culpado por espionagem. A corte determinou que os 62 meses na prisão no Reino Unido já serviriam para cumprir a sentença do crime e determinou que ele saísse da audiência como um homem livre. O perfil oficial do WikiLeaks informou que Assange retornou à Austrália, seu país natal, e reencontrou a família na manhã desta quarta-feira (26).