Empresas devem investir 83% a mais em segurança digital em 2022, indica pesquisa
Por Dácio Castelo Branco • Editado por Claudio Yuge |
Com a pandemia aumentando a transformação digital e também o crescimento do número de ataques virtuais que tem como objetivo a invasão do sistemas de empresas e o vazamento de seus dados, 83% dos líderes de organizações empresariais no Brasil pretendem aumentar seus gastos com cibersegurança em 2022, segundo resultados de pesquisa realizada pela PwC.
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Os resultados são da pesquisa PwC Digital Trust Insights 2022, divulgada pelo portal O Globo. A pesquisa foi realizada entre julho e agosto deste ano e ouviu 3.602 executivos e executivas de vários setores do mercado, como mídia, tecnologia e varejo. Desses profissionais ouvidos, 124 eram do Brasil.
O relatório mostra que o número de empresas que pretendem aumentar seus investimentos em segurança virtual no Brasil, 83%, é maior do que no mundo, onde 69% dos chefes de companhias responderam ter essa intenção. Na edição da pesquisa divulgada em 2020, esses números eram de 55% para o Brasil e 57% para as companhias globais.
A pesquisa também mostra que, no Brasil, a compreensão sobre riscos cibernéticos ou de privacidade nas companhias é menor do que no mundo, com 16% dos entrevistados no país afirmando ter conhecimento sobre os possíveis riscos de violação de dados em empresas, contra 21% globalmente.
Já a compreensão dos riscos vindo de fora das companhias, a partir de prestadores de serviços e fornecedores, é um pouco maior, embora a taxa ainda seja baixa. 17% dos entrevistados no Brasil responderam saber dos riscos atrelados com fornecedores, contra 23% no mundo. Já para os riscos com prestadores de serviços, 19% dos brasileiros afirmaram ter conhecimento deles, contra 24% globalmente.
O relatório também mostra que mais da metade das empresas no Brasil, 53%, estão adotando medidas para reduzir os riscos virtuais, como auditoria das práticas de segurança de dados interna e de seus fornecedores, e com 55% das companhias intensificando seus critérios de defesa digital e cobrando o mesmo de prestadores de serviços que trabalham em conjunto com elas.
Por fim, a pesquisa também indica que a segurança de dados, no Brasil, não está mais só presa a setores tradicionalmente intensivos na prática, como as redes sociais e instituições financeiras. Por causa da implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), muitas empresas no país estão passando por um processo de adaptação, como o varejo, já que a lei obriga a presença de garantias e responsabilidades, além de protocolos de defesa efetivos, para toda instituição que trata de informações, seja de cliente ou de parceiros.
2021: O pior ano na história da segurança virtual
A pesquisa PwC Digital Trust Insights 2022 afirma que 2021 deve terminar como o pior ano na história da segurança digital, por conta do grande acréscimo de ataques e de suas mudanças e adaptações mirando vulnerabilidades de sistemas até então desconhecidas.
No Brasil, alguns ataques se destacaram, como o ocorrido no Grupo Fleury em junho, que impossibilitou a realização de exames médicos nos laboratórios afetados durante alguns dias; o das Lojas Renner, que tirou o site da empresa do do ar em agosto; e o golpe sofrido pelo Banco de Sergipe (Banese), que resultou no no vazamento de 395 mil chaves Pix.
Para Eduardo Batista, sócio da PwC, em pronunciamento para o portal O Globo, a promessa de investimentos da empresa pode mudar esse cenário de explosão de ataques digitais nos próximos anos, portanto que seja feita principalmente em três áreas: no treinamento e contratação de profissionais qualificados, na tecnologia de proteção e em melhorias nos modelos de governança dos protocolos de segurança das empresas.
Batista, ainda no pronunciamento para O Globo, ressalta que os riscos de ataques podem impactar negativamente as empresas, com consequências como perda de lucros, paralisações temporárias de transações e com a perda de confiança dos clientas na companhia, como anda acontecendo com a CVC após o ataque de sequestro virtual sofrido pela empresa.
Fonte: O Globo