Deepfakes de IA aumentam 1740% e tornam golpes indetectáveis
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Jones Oliveira |

Ao navegar pela internet, você já deve ter pensado consigo mesmo: “os golpes são óbvios, nunca vou cair em um phishing”. Infelizmente para os internautas, os golpistas estão usando ferramentas cada vez mais sofisticadas, a ponto de que a nossa percepção por si só não consegue mais distinguir o real do fake. Com IA e deepfakes, mais do que nunca, todo cuidado é pouco.
Segundo uma pesquisa da empresa de segurança McAfee, quase metade (46%) dos estadunidenses já encontrou algum golpe alimentado por IA durante compras online: do total, 39% afirmam que os vídeos de deepfake estão mais sofisticados e difíceis de se identificar. Um em cada cinco estadunidenses já foi vítima de golpe em épocas de festas, com uma média de US$ 840 (R$ 4.500) roubados por vítima.
Deepfakes e IA nos golpes
Ainda segundo a pesquisa da McAfee, mesmo que 38% dos entrevistados acredita conseguir detectar golpes, 22% deles caíram em um mesmo assim. Segundo levantamento, os deepfakes aumentaram 1.740% só nos Estados Unidos desde o ano passado.
Exemplos não faltam: um incidente bastante ilustrativo deste ano envolveu a cantora Taylor Swift, que foi imitada por um deepfake em um suposto vídeo de promoção que doava uma coleção de panelas Le Creuset, de luxo, para fãs da celebridade. Os golpistas se aproveitaram do fato de que ela é realmente fã da marca e da paixão de seus seguidores.
Os links destes vídeos e imagens levam os internautas a sites, páginas de login e formulários de pagamento falsos imitando seus contrapontos reais, algumas vezes apenas com vírgulas ou traços de diferença, um phishing clássico. Mas se a percepção humana já não é suficiente para saber se o anúncio é feito com deepfakes, IA generativa e afins, como lidar?
Como se proteger de golpes
A dica de ouro é sempre desconfiar, mas, nesse caso, vá mais fundo: caso veja um anúncio de desconto ou doação, ao invés de clicar, visite o site oficial da marca por conta própria. Como anúncios falsos geralmente levam a sites que imitam o real, o ideal é fazer você mesmo a pesquisa. Se a conta do anunciante nas redes sociais tiver um vídeo ou poucos, as chances de ser golpe são bem altas.
Também fique atento para linguagem que pede ação urgente: tudo que os golpistas querem é que você aja sem pensar, com menos tempo para perceber detalhes que denunciam o golpe. Desconfie, também, do uso de celebridades nos anúncios e, principalmente, lembre-se: se parece bom demais para ser verdade, provavelmente é.
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Fonte: McAfee