Cibersegurança | Especialista aponta tendências e previsões de ameaças para 2021
Por Ramon de Souza |
O ano de 2020 já está quase acabando, e, apesar das esperanças e votos para que 2021 seja mais pacífico, podemos ter certeza de uma coisa: quando o assunto é segurança cibernética, devemos esperar uma onda ainda maior de caos. Segundo pesquisadores da Check Point, a previsão é de que o número de ataques virtuais cresça ainda mais na medida que as empresas se adequam ao “novo normal”.
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Em primeiro lugar, temos o problema do trabalho remoto — a crise da COVID-19 fez com que muitas companhias adotassem esse formato, o que demanda o uso de estratégias e soluções para possibilitar o acesso remoto à sistemas corporativos, para todos os colaboradores, da forma mais segura possível. Para Claudio Bannwart, country manager da Check Point, essa questão deve continuar causando dores de cabeça no Brasil.
“Alertamos as organizações desde o início da pandemia para a prevenção e um plano de continuidade de negócios, de forma a se prepararem para a implementação correta da segurança, o que significa garantir conexões acessíveis e confiáveis entre redes corporativas e dispositivos remotos 24 horas por dia, sete dias por semana, promovendo a colaboração e a produtividade entre equipes, redes e escritórios”, afirma Claudio.
Claro, não se trata de uma tarefa simples. É necessário garantir que todos os pontos que compõem esse ecossistema complexo — dispositivos móveis, endpoints, nuvens e até aparelhos de Internet das Coisas (IoT) — estejam protegidos. Uma grande aliada nesse momento será o uso de soluções automatizadas; por exemplo, plataformas que usam machine learning para identificar ameaças com base na análise de comportamento.
A automação também vem para salvar as empresas do problema da escassez de mão-de-obra especializada; há um apagão de talentos no mercado de segurança cibernética e, segundo estatísticas da própria Check Point, 78% das organizações lamentam não ter um quadro de profissionais qualificados para compor seu time.
Explorando mudanças
Dentre as outras previsões da Check Point para 2021, podemos destacar: campanhas de phishing explorando a temática COVID-19 (ludibriando internautas com mensagens falsas sobre a pandemia); mais ataques direcionados contra instituições de ensino; aumento no número de infecções de ransomwares de dupla extorsão; crescimento no tamanho de botnets (redes de computadores “zumbis”) e guerras cibernéticas ainda mais violentas.
Claro, o mercado de IoT, impulsionado pela chegada iminente das redes 5G, também posam como um perigo a ser levado em conta. Com um número cada vez maior de gadgets conectados à internet sem um intermediário (ou seja, dispositivos que se comunicam diretamente com a operadora), a superfície de ataques aumenta ainda mais. É crucial garantir o mínimo de monitoramento possível para esse tipo de produto.
“Uma das poucas coisas previsíveis sobre a cibersegurança é que os cibercriminosos sempre buscarão tirar proveito de grandes eventos ou mudanças, como a COVID-19 ou a introdução da tecnologia 5G, para seu próprio ganho”, comenta Claudio. “Para se manter à frente das ameaças, as organizações devem ser proativas e não deixar qualquer parte da superfície de ataque desprotegida ou sem monitoramento, pois correrão o risco de se tornar a próxima vítima de ataques sofisticados e direcionados”, conclui.
Fonte: Check Point