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Boeing adia o lançamento de atualização do sistema do 737 MAX

Por| 02 de Abril de 2019 às 15h39

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Boeing adia o lançamento de atualização do sistema do 737 MAX
Boeing adia o lançamento de atualização do sistema do 737 MAX
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A prometida atualização de software da Boeing que promete corrigir o problema que muito provavelmente foi a causa da queda de dois aviões 737 MAX nos últimos meses. A atualização, que deveria ser disponibilizada no começo de abril, foi adiada apenas em “várias semanas” segundo a empresa, mas ela escolheu não dar nem mesmo uma “janela” de quando essa atualização deverá sair.

Segundo uma descobertado jornal The New York Times, esse adiamento se deve ao fato de que alguns engenheiros que não possuem nenhuma relação profissional ou pessoal com a Boeing revisaram o programa e encontraram outros fatores que poderiam comprometer a segurança do voo. Até o momento, nenhuma das partes revelou o que exatamente foi encontrado nessa vistoria.

O grande problema do modelo 737 MAX da Boeing está em um software chamado Maneuvering Characteristics Augmentation System (MCAS), que foi desenvolvido pela Boeing para compensar automaticamente os motores da aeronave, que por serem maiores do que os utilizados em fuselagens do tamanho do 737, têm a tendência de “puxar” o bico do avião para cima. O problema é que há evidências de que, tanto no vôo da Lion Air que caiu em outubro de 2018 na Indonésia quanto no da Ethiopian Airlines que caiu em março, uma falha em um dos sensores do avião fez com que o sistema MCAS fosse ativado e forçasse o bico da aeronave para baixo sem a necessidade de fazer isso como compensação ao motor — e, como o sistema estava funcionando de forma certa (o problema não era exatamente no MCAS, mas em um sensor que enviava o comando), não havia nada no painel desses aviões que alertasse o piloto que a aeronave estava caindo. Quando ele percebia, já era tarde demais.

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De acordo com a Boeing, a empresa já está trabalhando desde a queda do avião da Lion Air outubro na atualização para o seu sistema MCAS, que passará a se alimentado não mais por apenas um único sensor, mas também utilizará as informações de dois sensores de “ângulo de ataque” (AOA) que ficam no bico da aeronave. Essa atualização ainda deixar o nível de controle do avião pelo MCAS menos agressivo, o que dará mais tempo para que o piloto possa retomar o controle caso ocorra novamente um problema do tipo com o sistema.

A Boeing também já confirmou que tornará um item que até então era opcional em algo que será instalado em todas as aeronaves do modelo 737 MAX, pois esse equipamento — que não existia em nenhum dos aviões que caíram — era justamente um sinalizador no painel que serviria para informar que havia um problema com o trabalho do MCAS e o avião poderia estar caindo.

Apesar de estar desenvolvendo essa atualização desde outubro, a companhia revelou que, devido ao fechamento de todos os órgão de governo dos Estados Unidos entre dezembro e janeiro, durante essa tempo ela não conseguiu trabalhar no programa, já que toda modificação feita precisava passar pelo crivo de agentes da FAA (órgão governamental que regula todo o tráfego aéreo do país), e só conseguiram trabalhar de verdade no programa quando o governo foi restabelecido já quase em fevereiro.

Fonte: Ars Technica