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Anonymous dizem ter atacado satélites russos, mas governo nega

Por| Editado por Claudio Yuge | 04 de Março de 2022 às 15h30

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A guerra declarada pelos hacktivistas do Anonymous contra a Rússia, por conta da invasão da Ucrânia, pode ter atingido novos ares nesta semana, quando um grupo afirmou ter travado os sistemas de controle da Roscosmos, a agência espacial russa. A ideia seria dificultar ainda mais os esforços de guerra e a coordenação de inteligência, apesar de esta ser uma história com nuances menos cinematográficas do que parece.

Na publicação feita nas redes sociais anunciando o feito, na última terça-feira (1), a conta representando o Anonymous fala em um travamento total do órgão governamental, que teria feito a Rússia perder o controle de seus satélites espiões. Entretanto, no dia seguinte, o diretor da Roscosmos, Dmitry Rogozin, usou a mesma rede social para afirmar que todas as operações continuam normalmente e ainda chamou os responsáveis pela divulgação da informação de vigaristas.

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O relato do ataque também gerou algumas críticas na própria plataforma pelo fato de a Roscosmos, pelo menos na teoria, não ser um ramo militar do governo da Rússia. Oficialmente, a agência é responsável pelo programa espacial do país e também por pesquisas aeroespaciais que, ainda que possam resultar em tecnologias e avanços no esforço bélico, também incluem tecnologias de mobilidade, transmissão, comunicação e tantas outras.

Em nota que teria sido deixada após a intrusão aos sistemas, o grupo NB65, que assumiu a autoria do ataque, disse ter deletado sistemas de controle de software, relacionados a sistemas de imagem e monitoramento de veículos. Credenciais de acesso também seriam modificadas e os servidores, travados, com mensagens de apoio à Ucrânia e um aviso claro: “não vamos parar enquanto vocês não pararem de jogar bombas, matar civis e invadir”.

Do outro lado, também houve falas intensas. Rogozin afirmou à agência de notícias russa Interfax que ataques contra sistemas de satélite é uma justificativa para guerra e seriam encarados como ofensivas dessa categoria. Ao mesmo tempo, também alegou que os sistemas da Roscosmos e da indústria espacial russa estão protegidos contra ciberataques.

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Enquanto isso, como mais um evento decorrente da guerra contra a Ucrânia, a Rússia ameaça cancelar nesta semana o lançamento de 36 satélites da startup de telecomunicações OneWeb, que deveriam partir nesta sexta (4). O afastamento do Reino Unido, justamente por conta da invasão, foi considerado uma postura hostil, ainda que tenha sido negada por porta-vozes do próprio governo britânico, que investiu mais de US$ 500 milhões no projeto.

O lançamento dos foguetes que levarão os satélites à órbita está marcado para acontecer na noite desta sexta, mas por enquanto, ainda não há confirmação de que eles realmente vão acontecer. Entre as negociações, está o pedido russo de uma garantia de que a tecnologia não será usada pelo Reino Unido em esforços militares, principalmente, relacionados à guerra contra a Ucrânia, que entra agora em seu segundo final de semana.

Anonymous em guerra contra a Rússia

A declaração de guerra do grupo hacktivista Anonymous em prol da Ucrânia e contra a invasão pelo exército russo aconteceu logo nos primeiros dias da ofensiva militar. Desde então, diferentes células ligadas ao grupo, que não possui uma estrutura centralizada, mas permite que times de especialistas atuem em seu nome, afirmam já ter atingido mais de 2,5 mil alvos relacionados ao conflito.

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Em um dos golpes mais divulgados, uma série de sites oficiais do governo da Rússia e da Bielorrússia foram tirados do ar durante o final de semana, entre invasões que envolveram a exploração de falhas de segurança e golpes de negação de serviço. Caíram, por exemplo, domínios oficiais dos dois países, incluindo o do Kremlin, centro do governo de Vladimir Putin assim como serviços voltados à população.

Outras ofensivas digitais também incluem ataques a redes de TV e rádio estatais dos dois países, bem como da Crimeia, além de terem vazado diferentes documentos confidenciais ligados ao governo russo e aos esforços de guerra. As ações, ainda, não estão relacionadas à formação de um exército digital pela Ucrânia, que pediu a ajuda de especialistas de todo o mundo em operações de defesa da infraestrutura do país e ataque contra alvos do inimigo.

Fonte: Dmitry Rogozin (Twitter), Reuters, The Verge