86% dos profissionais não acreditam que colegas saberão evitar golpes digitais
Por Felipe Demartini | Editado por Jones Oliveira | 13 de Outubro de 2021 às 15h45
Com o aumento cada vez maior dos casos de ataques digitais, a sensação de insegurança parece fazer parte do dia a dia dos profissionais de tecnologia. Prova disso é uma pesquisa, cujo resultado apontou que 86% dos trabalhadores do setor não confiam na capacidade de seus colegas de trabalho em evitar golpes digitais — os cliques em links maliciosos ou o sucesso de ataques de engenharia social são citados como os mais presentes entre tais temores.
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São números da Deep Instinct, que trabalha em plataformas de inteligência artificial com foco em segurança, e demonstram um nível baixo de confiança tanto nas pessoas quanto nas tecnologias. Outro dado alarmante é o total de 99% dos profissionais acreditando que as soluções adotadas em suas corporações não estão disponíveis em todos os celulares, notebooks, servidores e demais equipamentos usados no trabalho. Essa falta de abrangência dialoga diretamente com um total de 60% dos especialistas afirmando serem incapazes de bloquear ameaças em diferentes pontos antes que elas aconteçam.
Do contrário, o resultado é catástrofe, e uma que pode demorar para ser resolvida. Segundo os dados da pesquisa, as corporações levam em média 20,9 horas — ou seja, mais do que dois expedientes de trabalho — para começarem a responder a um ataque. Entre os motivos para isso estão a falta de sistemas de prevenção de ameaças, principalmente contra aquelas ainda desconhecidas, junto com a falta de profissionais qualificados e táticas de persistência usadas pelos criminosos para manter acesso aos sistemas, mesmo após reinicializações, varreduras e trocas de credenciais.
Na visão dos especialistas, todos estes são elementos que circundam os atuais dilemas do ponto de vista da segurança e não conversam muito bem com a ideia de virtualização acelerada, e necessária, no mercado atual. A Deep Instinct cita dados de outros estudos, como o do CloudCheckr, que aponta que 64% das empresas migrarão totalmente seus sistemas para a nuvem pública nos próximos cinco anos; isso é feito dentro de um cenário em que 36% das organizações sofreram brechas ou vazamentos de dados apenas no último ano, segundo relatório da Fugue.
Essa mistura gera o que os especialistas chamam de bomba relógio, com o estudo ajudando a elucidar alguns dos pontos que merecem atenção e outros que são essenciais nessa conversão. Na visão da Deep Instinct, são estes os principais desafios a serem enfrentados desde já, com melhores soluções de proteção de endpoints e contra exposições na nuvem, assim como processos de atualização e monitoramento, estando entre as prioridades atuais. O estudo entrevistou 1.500 profissionais de segurança, todos de empresas com mais de 1.000 funcionários, em 11 países.
Fonte: Venture Beat