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Covid longa pode permanecer como condição crônica para milhões de pessoas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Abril de 2022 às 15h45

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Rawpixel/Envato Elements
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A covid longa vem preocupando especialistas e profissionais de saúde, e pode permanecer sendo um problema crônico para milhões de pessoas. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC), agência de saúde estadunidense, tem monitorado e reportado o efeito da condição nos pacientes, buscando os sintomas e algum possível tratamento para o futuro.

Há, ainda, muita pesquisa necessária sobre essa versão crônica da doença desencadeada pelo SARS-CoV-2: até o momento, não há cura ou tratamento para ela, e sequer um teste ou maneira de definir exatamente quando alguém está com a condição. Duração, sintomas, a razão para apenas alguns pacientes desenvolverem a doença, tudo se desconhece — mas alguns avanços, ao menos, já podem ser vistos.

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O que é a covid longa?

A covid longa é um problema tão novo que sequer há um nome muito definido: os cientistas ainda estão decidindo entre pós-covid, covid crônica, covid pós-aguda ou covid longa. Por definição, segundo o CDC, ela acontece quando os problemas de saúde causados pela novo coronavírus duram por quatro ou mais semanas após a infecção.

A OMS ainda diz que os sintomas não devem poder ser explicados por um diagnóstico alternativo. O número de pessoas com a condição é desconhecido — as estimativas variam muito, de 5% a 80% dos que se infectaram pelo vírus.

E os sintomas podem aparecer mesmo quando a infecção é moderada ou com pessoas inicialmente assintomáticas. Embora não exista um consenso sobre quais exatamente seriam os sintomas da covid longa, o CDC, por exemplo, lista alguns deles: dificuldade para respirar e dormir, tosse, fadiga, dores no estômago e tórax, arritmia, pressão alta, dor nos músculos e juntas, sensação de agulhas sob a pele, febre, tontura, diarreia, erupções cutâneas, mudanças no ciclo menstrual, diabetes tipo 2, perda de cabelo, visão turva ou duplicada e problemas no paladar e olfato.

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Problemas com saúde mental também são relatados por alguns pacientes, com mudanças de humor, dificuldades para pensar, névoa cerebral, problemas de memória, depressão e ansiedade mesmo em quem não as experienciava antes e até mesmo estresse pós-traumático. Outros ainda desenvolvem problemas com uso de opioides e outras drogas. Alguns estudos sugerem que o vírus pode estar associado a mudanças físicas no cérebro, o que explicaria alguns desses problemas.

Problemas associados à covid crônica

Enquanto alguns pacientes sofrem por causa do dano direto às células, outros ficam com os músculos mais fracos ou problemas cognitivos após hospitalização por longos períodos. Os sintomas podem perdurar, também, porque o sistema imune reage mais do que deveria e não consegue retornar ao estado normal após a infecção. Mas não são só esses problemas físicos que afligem os doentes: alguns médicos dispensam pacientes acreditando que suas condições são psicológicas ao invés de físicas.

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A falta de um método de diagnóstico e de remédios para tratamento da covid longa, que têm sido alvos de pesquisas atualmente, está diretamente associada ao problema. Nos EUA, o CDC aconselha os médicos a ouvir e validar a experiência dos pacientes com sintomas crônicos, especialmente os de populações marginalizadas, mais suscetíveis a serem mal diagnosticados.

Medidas paliativas

Por hora, o que os médicos podem fazer é ajudar o paciente a identificar metas atingíveis na recuperação, incluindo terapias ocupacionais e fisioterapias, tratamento psicológico e até mesmo exercícios de respiração. Durante o tratamento, os pacientes podem ser aconselhados a escrever em um diário, marcando os sintomas e os dias em que são sentidos, especialmente quando são desencadeados por alguma situação específica.

Em janeiro deste ano, foi publicado um estudo na revista científica Nature que sugere que as pessoas vacinadas têm menos chances de desenvolver a covid longa, além de ter menos sintomas caso ela ocorra. Quem tomou a vacina têm uma chance 54% menor de apresentar dores de cabeça, 64% menos chances de ter fadiga e uma probabilidade 68% menor de reportar dores musculares do que os não-vacinados.

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Vale lembrar que a melhor maneira de evitar ter covid longa é não ser infectado pelo coronavírus. Ficar atento aos protocolos de saúde, utilizar máscaras e evitar locais de aglomeração, especialmente onde há um reporte maior de casos de infecção é essencial para manter a saúde em dia.

Fonte: Nature, CDC