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Vitamina D e COVID: estudo vê benefícios de suplementação para pessoas negras

Por| Editado por Luciana Zaramela | 20 de Março de 2021 às 19h00

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Amanda Jones/Unsplash
Amanda Jones/Unsplash

Nesta sexta-feira (19), foi publicado um novo estudo da University of Chicago, apontando que a existência de altos níveis de vitamina D pode reduzir o risco de contrair a COVID-19. Basicamente, esse projeto examinou a relação entre os níveis de vitamina D e a probabilidade de teste positivo para a doença em questão, e para chegar a essa conclusão, foi feita uma análise dos dados de mais de 3 mil pacientes.

"Há evidências de que a vitamina D pode prevenir ou melhorar os resultados em muitas condições infecciosas e inflamatórias, incluindo infecções respiratórias agudas e crônicas. Há também uma compreensão crescente de suas funções imunomoduladoras e antiinflamatórias. Uma metanálise recente encontrou uma redução de 70% nas infecções virais do trato respiratório entre pessoas com deficiência de vitamina D", apontou o estudo de Chicago.

Os participantes do estudo tiveram seus níveis de vitamina D testados 14 dias antes de um teste de COVID-19. Embora os níveis de 30 ng/ml ou mais sejam geralmente considerados "suficientes", os autores descobriram que os participantes negros que apresentaram níveis de 30 ng/ml a 40 ng/ml tinham um risco 2,64 vezes maior de testar positivo para COVID-19 do que pessoas de outras cores de pele com níveis de 40 ng/ml ou superior. Associações estatisticamente significativas dos níveis de vitamina D com o risco de COVID-19 não foram encontradas em pessoas brancas.

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O estudo descobriu que os indivíduos com deficiência de vitamina D tinham 7,2% de chance de testar positivo para o vírus. Um estudo separado descobriu recentemente que mais de 80% dos pacientes diagnosticados com COVID-19 eram deficientes em vitamina D. A equipe de pesquisa está agora recrutando participantes para dois ensaios clínicos que testam a eficácia dos suplementos de vitamina D na prevenção de COVID-19.

"Esses novos resultados nos dizem que ter níveis de vitamina D acima do que é considerado suficiente está associado a uma diminuição do risco de teste positivo para COVID-19, pelo menos em indivíduos negros. Isso reforça os argumentos para a concepção de ensaios clínicos que podem testar se a vitamina D pode ou não ser uma intervenção viável para reduzir o risco da doença, especialmente em pessoas de pele preta", disse David Meltzer, principal autor do estudo.

A vitamina D pode ser obtida por meio de dieta ou suplementos, ou produzida pelo corpo em resposta à exposição da pele à luz solar. Meltzer observou que a maioria dos indivíduos, especialmente pessoas com a pele mais escura, tem níveis mais baixos de vitamina D. Embora os suplementos de vitamina D sejam relativamente seguros, o consumo excessivo de suplementos de vitamina D está associado à hipercalcemia, uma condição na qual o cálcio se acumula na corrente sanguínea e causa náuseas e fraqueza.

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Um dos desafios deste estudo é que atualmente é difícil determinar exatamente como a vitamina D pode apoiar a função imunológica."Podemos ver que há uma associação entre os níveis de vitamina D e a probabilidade de um diagnóstico de COVID-19, mas não sabemos exatamente por que isso acontece, ou se esses resultados são devidos à vitamina D ou se há outros fatores biológicos relacionados", observou o autor.

A "importância potencial da vitamina D na disseminação da COVID nos EUA é apoiada pelo fato de que quase metade da população é deficiente em vitamina D, com taxas mais altas entre pessoas com pele mais escura e/ou menor exposição ao sol. Várias outras análises estão em andamento", aponta o estudo.

Fonte: The University of Chicago via EurekAlert!