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Vírus letal da febre hemorrágica ressurge no Brasil após 20 anos

Por| 21 de Janeiro de 2020 às 15h21

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Depois das últimas notícias internacionais, vindas do continente asiático, que relatavam o surgimento de um novo vírus na China, agora, é no Estado de São Paulo que um vírus chama atenção — mas, nesse caso, pelo reaparecimento de uma doença que há muito não se falava a respeito: a febre hemorrágica, extinta desde o ano de 1999.

No interior paulista, na cidade de Sorocaba, um paciente morreu devido a complicações da doença, no dia 11 de janeiro. No caso, foi identificado um novo vírus da família Arenavírus e do gênero Mammarenavirus, conhecido como o vírus Sabiá.

Até então, o último relato de um caso de febre hemorrágica, no país, foi há mais de 20 anos. Antes desse registro, somente outros quatro casos foram confirmados como febre hemorrágica viral no Brasil, sendo três desses casos adquiridos em ambiente silvestre, no estado de São Paulo, e um por infecção em ambiente laboratorial, no Pará.

A confirmação do novo caso é considerada como um evento de saúde pública grave. Isso porque a doença é extremamente rara e de alta letalidade.

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Entenda os riscos

O vírus tem um longo período de incubação, que é em média de sete a 21 dias, e se inicia com febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz, ou seja: uma longa lista de sintomas.

Além disso, a evolução da doença pode resultar em comprometimento neurológico, como confusão mental, alteração de comportamento e convulsão.

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No caso do paciente da cidade de Sorocaba, a percepção entre o início dos sintomas (30/12/19) e o óbito (11/01/20) se deu em menos de duas semanas. Nessa história, um ponto importante, causado pela raridade da infeção, é que o paciente passou por três hospitais diferentes até obter um diagnóstico.

Em busca de uma resposta, foram realizados exames para identificação de doenças mais comuns, como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. No entanto, só em exames complementares, no Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Albert Einstein, que se identificou o arenavírus, causador da febre hemorrágica brasileira.

O Ministério da Saúde classifica a situação como um "evento de saúde pública grave". E de acordo com protocolos internacionais estabelecidos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) já foram notificadas sobre o reaparecimento do vírus.

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Próximos passos

Por enquanto, não está confirmada a origem da contaminação do paciente. Suspeita-se nos casos de arenavírus que as pessoas contraiam a doença através da inalação de partículas, formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados.

A transmissão dos arenavírus de pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado, quando não são utilizados equipamentos de proteção, através do contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções ou excreções do paciente.

O tratamento é de suporte conforme a sintomatologia do paciente, com drogas específicas, como a ribavirina. Acredita-se que outros arenavírus também são sensíveis a esse antiviral.

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Os funcionários dos hospitais por onde o paciente passou estão sendo monitorados e avaliados, assim como os familiares do caso confirmado em São Paulo.

Fonte: Ministério da Saúde e Boletim Epistemológico do Estado de São Paulo