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China confirma a transmissão entre humanos de vírus misterioso no país

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Eugene Hoshiko/AP Photo
Eugene Hoshiko/AP Photo

Um vírus misterioso que vem causando problemas respiratórios na população chinesa, já colocou aquele país e o mundo em estado de alerta. Isso porque esse coronavírus se espalhou de seu ponto inicial, a cidade chinesa de Wuhan, para outras grandes metrópoles, como Pequim e outros países do globo.

Oficialmente, as autoridades confirmaram mais de 200 casos do vírus na China, nesta segunda-feira (20), como informou a televisão estatal do país. Quase 200 deles foram registrados na cidade de Wuhan, local considerado como o epicentro da epidemia. Quanto a fatalidade do vírus, três mortes foram confirmadas. No entanto, especulações falam em mais de 1,7 mil infectados.

Transmissão para humanos

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A China também confirmou que o vírus - chamado de 2019-nCoV - pode ser transmitido entre pessoas. Previamente, os cientistas acreditavam que o contágio não acontecia entre humanos e que a fonte primária do vírus fosse animal, provavelmente vindo do mercado de frutos do mar, localizado na cidade de Wuhan.

"A incerteza e as lacunas permanecem, mas está claro que há algum nível de transmissão de pessoa para pessoa", explica Jeremy Farrar, porta-voz da organização sem fins lucrativos Wellcome Trust, em Londres.

"O pico repentino de casos é desconcertante, mas não totalmente inesperado", afirma Adam Kamradt-Scott, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Sydney. Isso porque, uma semana atrás, o número total de infecções não chegava a 70 casos.

Diante das últimas notícias, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que conter o surto e salvar vidas é uma prioridade, porque o número de pacientes mais que triplicou e, inclusive, uma terceira pessoa faleceu. "A vida e a saúde das pessoas devem receber a maior prioridade e a disseminação do surto deve ser resolutamente controlada", afirma o presidente Xi, em comunicado na televisão estatal.

Para o país, uma grande preocupação é com o Ano-Novo Lunar chinês, que começa nesta semana e deve levar centenas de milhões de chineses a viajarem pela própria China, em celebração.

Vírus no mundo

Responsável por causar febre, tosse, falta de ar, dificuldades respiratórias e até um tipo de pneumonia, há registros de casos desse coronavírus no Japão, na Tailândia e na Coreia do Sul. Em comum, em todos os casos estão envolvidos moradores de Wuhan ou pessoas que visitaram a cidade chinesa recentemente.

Já o fato de o vírus ter se espalhado para além da China faz cientistas britânicos acreditarem que o número de infectados seja maior do que o divulgado oficialmente. Segundo essas especulações, os casos devem se aproximar de 1,7 mil.

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Para quarta-feira (22), a ONU organiza um comitê de emergência, onde avaliará se o surto constitui uma emergência internacional de saúde. Em caso positivo, a entidade definirá quais medidas devem ser tomadas. Por enquanto, a OMS não recomendou restrições comerciais ou de viagens para a China.

No Brasil, o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde informa que não há nenhum caso suspeito, mas determinou à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) que oriente viajantes, em portos e aeroportos, a tomarem medidas preventivas para evitar o contágio.

Fonte: BBC, ScienceReuters