Viagra reduz risco de Alzheimer em 50%
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela | •
A sildenafila, principal componente do Viagra (remédio utilizado contra disfunção erétil), pode reduzir a prevalência da doença de Alzheimer em até 54%, segundo um estudo promovido pela Cleveland Clinic. A substância age diretamente nos níveis de proteínas neurotóxicas tau, associadas à doença.
O ensaio mostra que os neurônios tratados com sildenafil expressam genes relacionados ao crescimento celular e apresentam melhorias na função cerebral, redução da inflamação e outros processos conhecidos por proteger contra a degeneração neural.
Para que fosse possível alcançar essas descobertas, os pesquisadores usaram culturas de células de neurônios criadas a partir de células-tronco doadas por pacientes com Alzheimer e mapearam a atividade metabólica e genética por trás dos efeitos terapêuticos da sildenafila.
Já no quinto dia de tratamento, os neurônios tiveram níveis mais baixos de proteínas tau, o que ajuda a comprovar a capacidade do sildenafil em proteger as células cerebrais, em experimentos.
Viagra x Alzheimer
A relação entre o Viagra e o Alzheimer pode parecer inusitada, mas, na verdade, não é nova. Esse novo ensaio dos EUA chega para reforçar ideias apresentadas em vários outros estudos ao longo do tempo.
Um relatório da Studies in Health Technology and Informatics propõe que essa relação se dá a partir da melhora no fluxo sanguíneo em diferentes partes do corpo — nesse caso, o cérebro.
Em relação à porcentagem de eficácia do medicamento, as pesquisas ainda divergem bastante. Uma publicada no último mês de fevereiro na Neurology indica um risco de Alzheimer 18% menor, apenas.
Nesse estudo mais recente, os pesquisadores defendem que as descobertas “dão mais peso à redefinição” do Viagra como um “novo tratamento para a doença de Alzheimer, que necessita muito de novas terapias”.
“Usamos inteligência artificial para integrar dados em vários domínios, que indicaram o potencial do sildenafil contra esta doença neurológica devastadora”, defendem os pesquisadores. Vale ficar de olho no que o futuro nos reserva acerca da relação entre o Viagra e o Alzheimer.