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Verme "inteligente" surpreende cientistas com decisões complexas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Março de 2022 às 16h00

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Quach et al, 2022, Current Biology
Quach et al, 2022, Current Biology

O verme Pristionchus pacificus, que conta com apenas 300 neurônios, surpreendeu os cientistas pela capacidade de tomar decisões complexas e por um comportamento mais inteligente, em comparação com vermes de outras espécies. Descobertas foram relatadas em um artigo publicado na revista científica Current Biology.

Para chegar a essas descobertas, os cientistas colocaram o Pristionchus pacificus no mesmo ambiente que outro verme predador: o Caenorhabditis elegans. A ideia era ver como as duas espécies se comportavam no momento de obter comida (no caso, determinadas bactérias).

Quando o P. pacificus foi colocado ao lado de uma larva de C. elegans (ou seja, um verme "filhote") no laboratório, não poupou esforços para matá-la, livrando-se da concorrência e até mesmo obtendo uma nova opção de alimento. No entanto, quando deparado com um C. elegans adulto, o comportamento foi outro: os ataques eram bem mais contidos, com o objetivo de apenas alertar o inimigo, causando lesões.

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A teoria dos pesquisadores é que o P. pacificus toma uma decisão complexa, já que escolhe bem as suas lutas. Como uma batalha com o C. elegans adulto causaria desgaste e levaria a uma possível lesão, o predador escolhe apenas marcar território, garantindo a comida para si.

O artigo cita o P. pacificus como um verme versátil, que pode usar a mesma ação para atingir diferentes objetivos de longo prazo. Durante os experimentos, a equipe notou que a espécie também foi mais propensa a atacar quando havia menos bactérias ao redor. Isso sugere que esses seres vivos levam em consideração vários tipos de informações ao tomar decisões.

Por enquanto, os cientistas ainda não sabem exatamente como o P. pacificus toma decisões complexas com um número tão pequeno de neurônios, mas em determinado momento, inibiram a capacidade do verme de produzir dopamina — um neurotransmissor — e isso potencializou os ataques. A inibição de um outro transmissor chamado octopamina, por sua vez, fez com que os ataques fossem dirigidos apenas às larvas.

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Fonte: Current Biology