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Vermes do vinagre nadam em movimento coletivo hipnotizante; assista

Por| Editado por Luciana Zaramela | 16 de Março de 2022 às 08h30

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Peshkov et.al/University of Rochester
Peshkov et.al/University of Rochester

Pesquisadores da University of Rochester estavam estudando movimentos sincronizados de organismos ativos, já esperando um comportamento desses de suas cobaias, mas se depararam com um comportamento surpreendente ao estudar vermes do vinagre: eles não apenas coordenaram seus movimentos em forma de enxame, mas também oscilaram de forma sincronizada, como se fossem um único organismo.

Se tudo isso parece complexo, não se preocupe, pois os cientistas gravaram o movimento dos nematoides estudados — Turbatrix aceti, ou verme do vinagre, de 1 a 2 mm de comprimento — desde o início. Eles começam nadando de forma aleatória, e, após alguns minutos, parte deles se agrupa no centro da gota d'água, e a outra vai até a borda. Em algum momento, os vermes periféricos começam a oscilar de forma conjunta, e o enxame começa a fazer um movimento de onda.

É a combinação de enxame (swarming, em inglês) e sincronia. Alice Quillen, professora de física e astronomia da University of Rochester e co-autora do estudo, compara o movimento à onda que os torcedores fazem nos estádios de futebol. Assista:

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Outros estudos já haviam sido feitos acerca de organismos capazes de sincronizar seus movimentos, como revoadas de pássaros, cardumes e vaga-lumes, mas o verme do vinagre é a primeira espécie conhecida a combinar o movimento coletivo com oscilação sincronizada. Mas esse comportamento não é a única coisa surpreendente que a pesquisa encontrou.

A partir do momento em que os nematoides começam a nadar sincronizadamente, eles geram ondas que arremetem contra a borda da gota d'água, o que a impede de se contrair. Desta forma, a física da evaporação da água é modificada, já que a força da tensão superficial é neutralizada. Ao examinar a força exercida pelo enxame de vermes do vinagre, os pesquisadores descobriram que cada um deles gera 1 micronewton de força. Isso significa que cada nematoide consegue mover objetos centenas de vezes mais pesados do que ele próprio.

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Anton Peshkov, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, afirma que os vermos são capazes de produzir novos estados da matéria ainda não explorados, como a onda metacrônica estudada no artigo. Segundo ele, isso significa que, no futuro, poderemos fazer uso desses fluxos de fluido e forças propulsivas para mover pequenos objetos dentro de fluidos, criando fluxos em microcanais sob demanda. A pesquisa foi publicada na revista científica Soft Matter.

Fonte: Soft Matter