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Veneno da aranha mais perigosa do mundo pode ajudar a salvar corações de humanos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Universidade de Queensland
Universidade de Queensland

O veneno de uma aranha pode ser a resposta para reduzir os danos causados por um ataque cardíaco ao órgão, além de aumentar a expectativa de vida de transplantados. A novidade vem de um estudo realizado na Austrália com a proteína do veneno da aranha-teia-de-funil, chamada de Hi1a.

Glenn King, um dos líderes do estudo e professor da Universidade de Queensland, conta que o coração é um órgão que tem zero capacidade de se regenerar. "As pessoas podem sobreviver a um ataque cardíaco, mas as células musculares nunca voltarão, então eles ficam com um coração bastante danificado", conta.

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Então, qualquer tecido que possa ser recuperado durante ou depois de um ataque cardíaco já é importante. É quando a proteína Hi1a atua interrompendo um sinal que é enviado à célula para que ela morra caso não tenha oxigênio suficiente, o que pode acontecer durante um ataque ou durante a remoção do órgão para o transplante.

King explica que o coração só consegue sobreviver fora do corpo por algumas horas, ficando danificado por não ter suprimento de sangue e oxigênio suficientes, o que justifica a "corrida" que acontece durante transplantes cardíacos. "Acreditamos que a droga poderá ser usada para aumentar o número de doadores de coração que estarão disponíveis para transplante", diz o especialista.

Os testes foram feitos em células humanas de um coração ainda com batimentos em laboratório, e a equipe de cientistas descobriu que as células expostas ao ataque cardíaco tinham mais chances de sobreviver se tratadas com a proteína Hi1a.

A possível nova droga ainda não passou por testes em humanos, o que não deve acontecer antes de passar por testes toxicológicos ou ainda transplantes de coração entre animais. A previsão de King é que os testes clínicos em transplante de coração humano comecem em 2023, e com corações com ataques cardíacos em 2024.

A aranha-teia-de-funil é considerada a mais perigosa no mundo e é nativa do continente australiano. O bicho também é primitivo e existe há cerca de 400 milhões de anos, muito antes dos dinossauros pisarem na Terra. O veneno da criatura é extremamente tóxico e conta com mais de três mil moléculas diferentes.

O estudo foi publicado na revista científica Circulation.

Fonte: The Guardian