Variante Delta e demora na vacinação pode resultar em COVID em massa, de novo
Por Natalie Rosa | Editado por Luciana Zaramela | 03 de Setembro de 2021 às 10h40
Apenas se imunizar contra o coronavírus não é o suficiente para combater a pandemia, de acordo com um novo estudo realizado em San Diego, nos Estados Unidos, considerando o tempo de vacinação e a chegada da variante Delta, ainda mais transmissível.
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Pesquisadores e especialistas em saúde pública descobriram que a eficácia da vacina é reduzida com o tempo, o que não é uma novidade. Sendo assim, a imunidade garantida pelas duas doses não é suficiente para mudar o cenário atual, e é preciso continuar com o uso de máscaras e evitar aglomerações.
O estudo foi feito entre os meses de março a junho deste ano com base nos próprios funcionários da UC San Diego Health, e os pesquisadores observaram que a eficácia da vacina contra uma infecção sintomática da COVID-19 caiu de 90% para cerca de 65% já em julho. No país, a vacinação começou em dezembro do ano passado.
"Dados de ensaios clínicos sugeriram que a redução da eficácia aconteceria vários meses depois da vacinação completa", diz Francesca Torriani, professora e co-autora sênior do estudo. "Mas nossos estudos mostram que, confrontada pela variante Delta, a eficácia da vacina contra a doença levemente sintomática é consideravelmente menor e foi reduzida entre seis a oito meses após completar a vacinação", pontua a cientista.
Os pesquisadores atribuem o aumento no número de infecções para a redução da eficácia da vacina com o tempo, a chegada da variante Delta e a anulação das regras que exigiam o uso de máscaras no país. "Nossos resultados destacam a importância de intervenções não farmacêuticas, como o uso de máscaras em lugares fechados e estratégias de testagens intensivas", diz o estudo.
A pesquisa também ressalta a importância de continuar os esforços para vacinar toda a população, além de considerar uma terceira dose de reforço o quanto antes, uma vez que a imunidade é prejudicada com o tempo. O estudo foi publicado na revista científica The New England Journal of Medicine.
Fonte: Science Blog