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Vacina nasal contra covid-19 protege melhor o pulmão, diz estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Julho de 2022 às 16h30

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AtlasComposer/Envato
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Mais um imunizante nasal contra a covid-19 teve resultados promissores em testes, desta vez um desenvolvido por cientistas da Universidade da Carolina do Norte e da Universidade Duke, que se saiu bem em camundongos de laboratório. A aplicação é feita em duas doses e suscita a produção de anticorpos e células de defesa contra o SARS-CoV-2, tanto nas mucosas quanto no pulmão, onde se destaca pela eficiência.

Segundo os cientistas, a vantagem fica na possibilidade de imunizar contra o vírus tanto de forma sistêmica (ou seja, em todo o organismo) mas também de conseguir chegar até o pulmão, algo que a vacina comum, intramuscular, não consegue fazer com tanta eficiência. Já que as vias respiratórias são a maneira mais comum de infecção, essa proteção adicional é muito bem-vinda.

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Narizes, sprays e vacinas

Além da nova vacina nasal estadunidense, a Universidade de Oxford, junto ao laboratório da AstraZeneca, também está apostando em testes clínicos desse tipo de imunizante desde 2021; no Brasil, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas já tem sua própria versão nasal, cuja aprovação para testes em humanos está sendo analisada pela Anvisa desde o ano passado.

No momento, as novas cepas do vírus vêm servindo como critério para avaliar a resposta dos imunizantes antes de avançar para testes em voluntários, atrasando um pouco os testes. A patente provisória da tecnologia do imunizante estadunidense já foi registrada, com direito licenciado para a empresa Xsome Biotech, mas ainda não foi testada em humanos.

A tecnologia envolve o uso de exossomos (Exo), partículas secretadas pelas células pulmonares e reconhecidas como uma boa maneira de liberar fármacos no organismo humano. Modelos intramusculares de vacina de RNA mensageiro (mRNA), como as da Pfizer e da Moderna, utilizam nanopartículas lipídicas para levar o material pelo organismo: sua eficácia, então, foi comparada com a dos exossomos.

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Um estudo anterior, da revista Extracellular Vesicle, constatou que as partículas Exo foram mais eficazes no carregar do mRNA aos bronquíolos e ao tecido pulmonar profundo do que os lipossomos sintéticos utilizados atualmente nas vacinas. O imunizante nasal utiliza partículas semelhantes a vírus (VLP), baseadas em partes da proteína espícula (spike) para desenvolver a resposta imune, mas, a partir dos testes com mRNA, a pesquisa decidiu incluir a tecnologia Exo pela melhor eficácia em chegar até os pulmões.

Os estudos sobre o novo imunizante nasal foram publicados no periódico científico Nature Biomedical Engineering na última segunda-feira (4).

Fonte: Nature Biomedical Engineering, Extracellular Vesicle