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Spray nasal pode ser a arma que precisamos para impedir transmissões de covid

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Maio de 2022 às 09h25

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Zinkevych_D/Envato Elements
Zinkevych_D/Envato Elements

Desde que o mundo começou a aplicar vacinas contra a covid-19, mortes e casos mais severos da doença despencaram, mesmo depois que o vírus passou por mutações que o tornam mais transmissivo, gerando cepas como a recente Ômicron. Essa questão, na verdade, é a que fica no ar atualmente: o agente infeccioso continua infectando muita gente, mesmo que seja menos perigoso. Como evitar, então, mais infecções, já que a vacina não as impedem tão bem assim?

Intravenosamente, a vacina prepara o sistema imune para lutar contra a infecção. Mas e se parássemos o SARS-CoV-2 na porta de entrada, evitando mais hospitalizações de vulneráveis, exposição das equipes de saúde e casos de covid longa, por exemplo? A maioria das fichas está nos sprays nasais, que podem representar o pulo do gato no impedimento das infecções, dando proteção imune ao nariz e à garganta.

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Sprays intranasais e a covid

Embora uma das vantagens do spray nasal seja acalmar quem tenha medo de agulhas, o ideal seria combinar os dois imunizantes: afinal, é bom tentar parar o vírus na porta de entrada, mas é melhor ainda continuar dando trabalho ao patógeno caso ele consiga entrar no corpo. Atualmente, mais de uma dezena de testes clínicos estão sendo feitos para desenvolver vacinas intranasais de covid. A ideia é que elas sejam administradas sazonalmente, como a vacina da gripe, e no mesmo tipo de instalação de saúde.

Mas, é claro, o processo tem seus desafios. Vacinais intranasais devem produzir uma resposta imune robusta e duradoura na mucosa nasal para serem viáveis, ou seja, na membrana que fica no interior do nariz. Para isso, é preciso que as pessoas não engulam e nem respirem, o que pode atrapalhar na dosagem correta da substância.

E vacinas como a da Pfizer e da Moderna têm dificuldade para funcionar de forma intranasal, já que são feitas de nanopartículas carregando RNA, e ninguém, até o momento, conseguiu produzi-las em spray. Até agora, a única vacina intranasal que conseguiu chegar ao mercado é contra a influenza, da AstraZeneca, com uma versão enfraquecida do vírus que causa a reação imune. Além de dar uma proteção individual, ela reduz a chance de infecções comunitárias, o que seria ótimo contra a covid.

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Testes iniciais já vem sendo feitos para uma versão intranasal da vacina Oxford/AstraZeneca contra a covid — ela é baseada em um adenovírus enfraquecido, que pode funcionar como a supracitada versão para influenza. Medir a força da resposta imune e saber quanto ela protege, no entanto, é desafiador, além de descobrir por quanto tempo a proteção pode durar.

Caso seja apenas alguns meses, o spray seria muito útil como um reforço contra a infecção em estações mais frias, junto a uma proteção mais sistêmica das vacinas intramusculares, que evitariam versões mais severas da doença. Especialistas afirmam que não é o ideal confiar em uma imunização apenas da mucosa, a menos que ela gere uma resposta sistêmica decente, como é o caso das vacinas já em uso.

Até o momento, não se espera que as vacinas intranasais contra a covid estejam prontas para este ano, então é melhor não deixar as tradicionais injeções intramusculares de lado. Os cientistas consideram essa questão importante não apenas no caso da covid, mas também em relação à próxima possível pandemia: como fazer boas vacinas que impeçam a infecção de vírus respiratórios? É necessário esforço e investimento, o que, por bem ou por mal, foi providenciado devido à severidade da pandemia de coronavírus.

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Fonte: The Guardian