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Após bons resultados iniciais, vacina inalável da covid é testada em humanos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Fevereiro de 2022 às 11h40

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Nualaimages/Envato Elements
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Pesquisadores do Canadá e da China desenvolveram uma potencial vacina contra a covid-19 que pode ser inalada. Dados iniciais sugerem que o imunizante inalável pode fornecer uma proteção duradoura contra a cepa original do coronavírus SARS-CoV-2 e contra algumas Variantes de Preocupação (VOC), como a Alfa (B.1.1.7) e a Beta (B.1.351).

Publicado na revista científica Cell, o estudo pré-clínico sobre a vacina inalável contra a covid-19 foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, e da Universidade Médica do Sul, na China. Agora, a pesquisa avança para testes de Fase 1 em humanos.

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Próxima geração das vacinas contra a covid-19

"Nossas descobertas indicam que a administração da vacina multivalente na mucosa respiratória representa uma estratégia eficaz de imunizantes contra a covid-19 da próxima geração", afirmam os autores do estudo. Inclusive, a equipe entende que o formato pode "induzir imunidade geral da mucosa contra os coronavírus atuais e futuros" e, por isso, é parte da próxima geração de imunizantes.

Após os estudos pré-clínicos em modelos animais, os pesquisadores já iniciaram o ensaio clínico de Fase 1. Atualmente, a equipe analisa segurança e eficácia da vacina inalável em adultos saudáveis. Os participantes da pesquisa já receberam outras duas doses de um imunizante de mRNA (RNA mensageiro), como a fórmula da Moderna e da Pfizer/BioNTech.

Por que uma vacina inalável?

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Até o momento, todas as vacinas contra a covid-19 autorizadas são aplicadas através de uma injeção intramuscular, mas a equipe de cientistas acredita que a próxima geração de imunizantes deve apostar em novas estratégias de vacinação, potencialmente mais eficazes.

Segundo os pesquisadores, as vacinas inaladas têm como alvo os pulmões e as vias aéreas superiores. Através deles, os vírus respiratórios, como o coronavírus, entram pela primeira vez no corpo. Caso haja uma forte resposta imune no local, a infecção pode ser barrada antes mesmo de se instalar no corpo.

“O que descobrimos em muitos anos de pesquisa é que a vacina administrada no pulmão induz imunidade protetora da mucosa respiratória, uma propriedade que falta na vacina injetada”, explica Zhou Xing, um dos autores do estudo e professor da Universidade McMaster.

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"Revelamos em nosso relatório que, além de produzir anticorpos neutralizantes e estimular a imunidade das células T, a vacina administrada nos pulmões estimula uma forma única de imunidade conhecida como imunidade inata treinada, capaz de fornecer proteção muito ampla contra muitos patógenos pulmonares além do SARS-CoV-2", completa.

Como funciona o imunizante?

Para chegar na atual fórmula, a equipe adaptou e aprimorou as descobertas feitas em pesquisas para uma vacina contra a tuberculose, nas quais o professor Xing esteve envolvido. Além disso, o potencial imunizante contra a covid-19 usa um adenovírus editado geneticamente como forma de estimular o sistema imunológico. Por enquanto, estão em testes dois tipos diferentes adenovírus: um de origem humana e outro de origem animal.

Segundo os autores, os dois tipos de adenovírus foram projetados para atingir três partes do SARS-COV-2, incluindo duas que são altamente conservadas entre os coronavírus e não sofrem mutações tão rapidamente quanto a proteína S (Spike).

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Fonte: Cell e Universidade McMaster