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Vacina feita de plantas e comestível é a aposta de cientistas para o futuro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Agosto de 2021 às 07h00

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freepic.diller/Freepik
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Com a chegada da pandemia, o mundo inteiro precisou voltar aos postos de saúde para se vacinar, algo que é feito há uns bons anos e que nos ajuda a nos manter saudáveis ao longo da vida. Apesar dos benefícios, algumas pessoas ainda sentem medo ou aflição de levar agulhadas, e cientistas estão planejando resolver essa questão com uma ajudinha das plantas.

De acordo com um estudo publicado nesta semana na revista científica Science, em breve as vacinas podem se tornar comestíveis graças aos compostos que existem dentro das plantas. Os cientistas contam que o conceito de produção de proteínas terapêuticas de plantas foi apresentado ainda em 1986, o que seria chamado de agricultura molecular.

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"Os sucessos [recentes da pesquisa] reviveram o interesse em produtos farmacêuticos desenvolvidos em plantas para o uso humano, o que pode incluir medicamentos comestíveis", diz o estudo. Para os autores, essa forma de produzir vacinas pode ser ainda mais benéfica do que os métodos tradicionais, como em relação aos custos, por exemplo, uma vez que "estufas são mais baratas do que biorreatores".

Os cientistas afirmam que essas vacinas poderiam ser fabricadas em apenas três semanas, o que também seria vantajoso contra o surgimento de novas doenças, já que as plantas não podem ser contaminadas por patógenos animais. Elas ainda consomem menos recursos, favorecendo o meio ambiente, e suas vacinas podem ser ainda mais eficazes.

Segundo os pesquisadores, graças às diferentes estruturas internas das plantas, elas podem provocar uma resposta imune muito mais forte. Além disso, suas células contam com partículas naturais que podem deixar o efeito das vacinas muito mais potente. Em imunizantes tradicionais, essas partículas, chamadas de adjuvantes, são adicionadas artificialmente e podem provocar mais efeitos colaterais.

O desenvolvimento de vacinas a partir de plantas vem acontecendo, inclusive, no combate à COVID-19 em uma iniciativa da empresa MedicaGo em parceria com a GSK, que vem realizando testes no Brasil.

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Vacina comestível

De acordo com o estudo, a administração oral das vacinas feitas de plantas irá evitar os efeitos adversos que acompanham as injeções, sendo também mais fáceis de produzir e mais baratas. Isso porque o produto não precisa ser processado clinicamente, tampouco purificado antes de ficar pronto, e ainda pode ser desidratado e armazenados em temperatura ambiente.

O único problema, no entanto, é que as vacinas comestíveis ainda não se provaram tão eficazes em testes realizados há alguns anos em comparação com as injeções. Agora, segundo o estudo, a quantidade de proteínas de vacina que as plantas produzem aumentaram consideravelmente, o que significa que uma formulação moderna pode trazer uma melhor resposta imune.

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A iniciativa, claro, ainda está longe de ser algo que realmente será colocado em prática e que tenha a mesma eficácia das vacinas tradicionais. O estudo recente, no entanto, comprova ser uma possibilidade, ainda que precise de muito mais pesquisa, infraestrutura e condições legais para a nova forma de vacina ser desenvolvida.

Fonte: IFL Science