Vacina do HIV? PrEP injetável que protege por 1 ano está em testes
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |

Na luta contra o HIV, uma das formas de prevenção que mais tem se destacado nos últimos anos é a da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). Indicada para pessoas com comportamento de risco, o uso de um comprimido diário protege contra o vírus da Aids. Da pílula, a ciência desenvolveu uma medicação subcutânea que protege por até seis meses. Agora, a ideia é testar um “remédio” de dose única com ação de um ano, algo que lembra uma vacina do HIV.
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O novo estudo clínico da PrEP injetável e subcutânea, com capacidade de proteção por um ano, será desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Gilead. Anteriormente, a empresa demonstrou que a PrEP semestral é eficaz em públicos diversos. Em ambos os casos, a “vacina do HIV” é carregada com o medicamento antirretroviral conhecido como lenacapavir.
Se os testes com a nova forma de proteção do vírus da Aids começarem realmente em 2025, a expectativa é que o registro de uso desta nova estratégia de prevenção seja obtido até o final de 2027. Neste cenário, é possível vislumbrar o potencial de controle da epidemia mundial de HIV/Aids com a nova estratégia.
PrEP injetável de longa duração funciona?
Como mencionamos, os testes clínicos com a PrEP subcutânea semestral já foram realizados. A fase inicial da pesquisa mediu o efeito protetor do lenacapavir, injetado duas vezes ao ano, em mulheres cis que vivem em áreas com alta incidência do HIV no continente africano.
Em um segundo momento, os pesquisadores avaliaram a PrEP injetável em homens cis e pessoas trans, onde novamente a medicação demonstrou ser mais eficaz contra o HIV quando comparada ao uso de pílulas diárias. As descobertas foram publicadas recentemente na revista New England Journal of Medicine.
Vacina do HIV já existe?
Embora a PrEP subcutânea possa ser chamada informalmente de “vacina do HIV”, é preciso destacar que o antiviral lenacapavir não é um imunizante. Explicando: uma vacina obrigatoriamente treina o sistema imune para reconhecer patógenos e fornece um nível de proteção que permanece depois que a vacina deixou o corpo.
De outra maneira, a PrEP (injetável ou em comprimido de uso diário) é eficaz apenas enquanto permanece no organismo, sem alterar ou melhorar as defesas imunológicas contra o vírus da Aids. As limitações da PrEP em nada diminuem a sua importância no combate ao HIV.
A ciência não conseguiu, até o momento, desenvolver uma vacina eficaz e segura contra a doença que já é conhecida há mais de 40 anos. Inclusive, uma recente vacina do HIV em testes fracassou, e a pesquisa foi descontinuada. Então, a PrEP é uma das melhores alternativas de proteção disponíveis, além da camisinha.
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Fonte: Stat