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Dezembro Vermelho | Como saber se tenho HIV?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Dezembro de 2022 às 06h00

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Twenty20photos/Envato Elements
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Esta quinta-feira (1) é conhecida por ser o Dia Mundial da Aids e marca o início do mês do Dezembro Vermelho, data voltada para o combate da doença que há mais de 40 anos provoca perdas à humanidade. É verdade que, nos últimos anos, inúmeras descobertas científicas melhoraram — e muito — a vida de quem convive com o vírus do HIV, mas o ponto fundamental é o diagnóstico. Hoje, muitas pessoas estão contaminadas, mas desconhecem este fato. Por isso, é preciso se perguntar: como testar e saber se convivo com o vírus?

Para dimensionar o problema do HIV, a Unaids — programa das Nações Unidas, voltado para o combate da doença — estima que 38,4 milhões convivam com o vírus em todo o mundo. No entanto, 5,9 milhões desconhecem o fato de estarem contaminadas. E, apenas em 2021, 1,5 milhão foram infectadas. Os dados apontam para a importância da testagem no Dezembro Vermelho.

Como saber se tenho HIV?

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Para uma pessoa saber se uma pessoa tem HIV, são considerados três principais tipos de exames:

1. Testes Rápidos (TR)

Com certeza, os testes rápidos (TR) são o tipo de exame mais comum para saber se um indivíduo está com o HIV ou não, e ficam prontos em cerca de 30 minutos. O foco é identificar anticorpos. Para fazer a testagem, é necessária a coleta de uma gota de sangue (através de um "furinho" no dedo) ou da saliva.

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Inclusive, no Dezembro Vermelho, muitas cidades criam pontos de testagem gratuita, como ocorre em São Paulo.

2. Sorologia para HIV

Outra opção de testagem do HIV é ensaio imunoenzimático sanduíche ou imunométrico de quarta geração do tipo Elisa (Enzyme Linked Immunosorbent Assay, em inglês). Novamente, a lógica do exame é identificar anticorpos no sangue do paciente, mas é somente realizado em laboratórios. Popularmente, a estratégia é conhecida como sorologia para o HIV.

3. Testes complementares

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Quando um teste para o HIV dá positivo, como o Elisa, é costume que um exame complementar seja feito para confirmar o diagnóstico. Nestas circunstâncias, o mais comum é o Western blot (WB).

No entanto, outros exames podem ser solicitados pelo infectologista, como o Imunoblot (IB) ou os imunoensaios em linha (LIA, do inglês Line Immuno Assay) — incluindo o Imunoblot Rápido (IBR) e imunofluorescência indireta (IFI).

Quando fazer o exame do vírus da Aids?

De forma geral, "o exame para o HIV deve ser feito anualmente ou após uma exposição de risco", orienta Ingrid Cotta, médica infectologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, para o Canaltech. Em alguns casos, a testagem pode ser semestral.

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É importante destacar que "a infecção pelo HIV pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da exposição de risco. Isso porque o exame (laboratorial ou teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no sangue", esclarece a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, em artigo.

Quando a testagem é feita em intervalos de tempo menores, o corpo pode não ter iniciado a produção de anticorpos contra o vírus e, com isso, o teste poderá dar negativo, mesmo que o correto seja o positivo. É sempre necessário considerar o tempo da janela imunológica, que pode ser um pouco maior ou menor, dependendo do indivíduo.

Medo na hora de fazer o teste do HIV?

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Embora seja compreensível ter medo ou receio em fazer um teste para o HIV, é preciso lembrar que a melhor forma de garantir qualidade de vida, quando se convive com o vírus, é o diagnóstico precoce. Inclusive, realizar o tratamento adequado aumenta a expectativa de vida, evita o desenvolvimento da Aids e impede que a pessoa transmitia o agente infeccioso para outras pessoas (intransmissível).

Dezembro Vermelho: teste do HIV deve ser um direito de todos

“O HIV não afeta a todos da mesma forma. Existem pessoas com maior risco de se infectarem, que continuam enfrentando o estigma e a discriminação, e que não têm acesso aos métodos de prevenção ou cuidados de que precisam. Isso é inaceitável”, afirma a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Carissa F. Etienne, em comunicado.

Para Etienne, é fundamental que novos métodos de prevenção e de diagnóstico sejam desenvolvidos e estejam disponíveis para todos, especialmente para aqueles indivíduos mais vulneráveis. Além disso, é preciso garantir "acesso precoce ao tratamento mais eficaz”, completa.

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Estatísticas sobre o risco do HIV

Sobre as estatísticas do HIV, de forma global, "homens gays e outros homens que fazem sexo com homens [HSH] têm 28 vezes mais chances de serem infectados pelo HIV. Pessoas que injetam drogas têm 35 vezes mais risco, profissionais do sexo 30 vezes mais risco e mulheres transexuais 14 vezes mais risco", afirma Winnie Byanyima, diretora-executiva do Unaids, em nota.

No entanto, diferentes realidades podem se sobrepor a estas estatísticas, dependendo do local em que as pessoas estão. Por exemplo, na África Subsaariana, meninas adolescentes e mulheres jovens têm três vezes mais chances de serem infectadas pelo HIV do que meninos e homens da mesma idade.

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"Permitir que as meninas permaneçam na escola até concluírem o ensino médio reduz sua vulnerabilidade à infecção pelo HIV em até 50%", afirma Byanyima. Em 2021, as mulheres representam 49% de todas as pessoas recém-infectadas pelo vírus.

Aids não tem cara!

Apesar dos maiores níveis de incidência em alguns grupos, é preciso pontuar que o HIV não tem uma cara e o vírus pode infectar qualquer pessoa, independente de sexo, raça ou classe social. Neste ponto, medidas de prevenção, como o uso de preservativos e da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), são muito importantes.

Em acaso de incidentes na horas do sexo ou de violência sexual, é possível recorrer à Profilaxia Pós-Exposição (PEP). Aqui, vale lembrar que camisinhas, lubrificantes, PrEP e PEP estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), e são de acesso gratuito.

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Por fim, é importante reforçar que a testagem, medidas de prevenção e o diálogo sobre a doença não devem se concentrar apenas no Dezembro Vermelho. A data deve ser encarada apenas como um lembrete sobre esta doença que já provocou e, infelizmente, ainda provoca inúmeras perdas à humanidade.

Fonte: Unaids, OpasOMS e Cidade de SP