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Vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos: confira o que sabemos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Dezembro de 2021 às 09h30

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Prostock-studio/Envato Elements
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No Brasil, a vacina da Pfizer/BioNTech contra a covid-19 já pode ser aplicada em criança de 5 a 11 anos, após análise e autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, ainda não há uma previsão oficial para o início das imunizações neste grupo, de acordo com o Ministério da Saúde.

Para a população em geral, a campanha de vacinação nacional contra a covid-19 é bem aceita. Segundo a plataforma Our World in Data, mais de 66% dos brasileiros estão com o esquema vacinal completo — duas doses ou imunizante de dose única —, o que representa 141,9 milhões de pessoas imunizadas.

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Quando a imunização da covid-19 puder alcançar os mais novos, a porcentagem da população imunizada tenderá a crescer, já que pais e familiares poderão levar suas crianças aos postos de saúde. No entanto, apesar da aprovação, muitos anda têm dúvidas sobre a eficácia e a segurança da vacina da Pfizer em crianças de 5 e 11 anos.

A seguir, o Canaltech explica as principais questões sobre a vacinação infantil contra a covid-19, a partir de dados da Anvisa e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos.

Covid-19 pega em criança?

Em crianças, casos da covid-19 tendem a ser mais leves. No entanto, elas também podem ficar doentes. Inclusive, alguns indivíduos podem apresentar complicações em decorrência do coronavírus, como necessidade de internação hospitalar e, em casos extremos, o óbito.

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Segundo o CDC, "as crianças infectadas pela covid-19 também podem desenvolver complicações graves, como a síndrome inflamatória multissistêmica (MIS-C)". Este é a uma condição em que diferentes partes do corpo ficam inflamadas, como coração, pulmões, rins, cérebro ou olhos.

Além dos possíveis riscos da covid-19, vacinar crianças pode ajudar outros membros da família. Por exemplo, a imunização pode proteger pessoas idosos ou com comorbidades que vivem na mesma casa, mas que poderiam apresentar maior risco de complicações com a infecção. Isso porque os menores podem ser vetores (transmissores) do coronavírus.

Vacina da Pfizer está disponível no Brasil?

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Após a decisão da Anvisa, divulgada na última quinta-feira (16), a vacina da Pfizer/BioNTech já pode ser usada para em crianças de 5 a 11 anos no Brasil. Só que, no momento, doses do imunizante ainda não estão disponíveis para esta faixa etária de brasileiros.

Um dos motivos que é as doses usadas em adultos e adolescentes com mais de 12 anos é diferente da aprovada para os mais novos. Dessa forma, novos lotes do imunizante precisarão ser comprados para a imunização do público pediátrico começar.

Enquanto isso não ocorre, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública para discutir a vacinação brasileira de crianças contra a covid-19, onde especialistas deverão debater o tema. A ação termina no dia 2 de janeiro de 2022.

Quais países vacinam crianças contra a covid-19?

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No mundo, 16 países já imunizam crianças com menos de 12 anos, segundo levantamento do G1. Nos Estados Unidos, por exemplo, a vacina da Pfizer foi aprovada para a faixa etária em novembro deste ano e já é aplicada desde então.

A seguir, veja onde a imunização de menores de 12 anos já ocorre:

  • Alemanha;
  • Argentina;
  • Áustria;
  • Canadá;
  • Chile;
  • China;
  • Cuba;
  • Dinamarca;
  • Espanha;
  • Estados Unidos;
  • França;
  • Grécia;
  • Hungria;
  • Israel;
  • Itália;
  • Portugal.

Qual a diferença da fórmula para adultos?

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Vale lembrar que a concentração da vacina usada em adultos é um pouco diferente da que será usada nas crianças com menos de 12 anos. Por exemplo, o imunizante para os mais novos é aplicado em duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas), com pelo menos 21 dias de intervalo. Para os mais velhos, a vacina é aplicada em doses de 0,3 mL.

Sobre a concentração das vacinas, a neurocientista e divulgadora científica, Mellanie Fontes-Dutra, explica que "o volume de injeção e a quantidade de RNA é menor, o que favorece ainda mais a segurança e reduz ainda mais a intensidade de possíveis efeitos adversos" do imunizante.

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Além disso, a embalagem será diferente para evitar confusões na hora da aplicação. No caso dos menores de 12 anos, a tampa do frasco da vacina virá na cor laranja. Agora, para os mais velhos, a tampa é da cor roxa.

Outra diferença é a questão do armazenamento. A vacina pediátrica tem esquema de conservação diferente e pode ficar por 10 semanas em temperatura de 2 ºC a 8 ºC.

Imunizante é seguro?

Até o momento, todos os dados coletados sobre o imunizante da Pfizer em crianças apontam para a segurança e eficácia da fórmula. "A autorização veio após uma análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos pelo laboratório", explica a Anvisa, em nota.

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"Antes de recomendar a vacinação contra a covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada", esclarece o CDC sobre os critérios para que fosse concedida a autorização de uso nos EUA.

Existem efeitos adversos?

Durante o processo de aprovação brasileiro da vacina, a equipe técnica da Anvisa observou o panorama do uso da Pfizer no público pediátrico nos EUA, onde 4,9 milhões de crianças de 5 a 11 anos já receberam pelo menos a primeira dose. Nesse grupo, efeitos adversos de qualquer intensidade representavam 0,05% do total de doses administradas.

Segundo o CDC, a criança pode relatar os seguintes efeitos adversos:

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  • Dor, vermelhidão e/ou inchaço no local da aplicação;
  • Cansaço;
  • Dor de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Arrepios;
  • Febre;
  • Náusea

É importante destacar que essas reações tendem a passar naturalmente em algumas horas ou dias. Além disso, não comprometem a saúde da criança e nem implicam em maiores riscos.

Questão sobre a miocardite

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Segundo os dados de segurança sobre o uso da fórmula da Pfizer, não foram observados casos de miocardite — um tipo de inflamação no coração — em crianças de 5 a 11 anos após a imunização. Em adolescentes de 16 a 17 anos, o efeito adverso foi relatado, mas o risco foi de apenas 0,007%. De acordo com Fontes-Dutra, é "algo muito baixo".

Inclusive, um estudo científico, publicado na revista Nature, "mostra que há um risco quatro vezes maior de desenvolver miocardite após covid-19 do que depois de ser vacinado contra essa mesma doença. No caso das vacinas, o pequeníssimo risco foi visto na primeira semana após a injeção, e nada além", explica ela.

Outro possível efeito adverso grave é um caso de anafilaxia, ou seja, uma reação alérgica grave. Segundo o CDC, "pode ocorrer após qualquer vacina, incluindo as vacinas contra a covid-19, mas isso é raro". Nesse caso, é possível evitar conhecendo a composição dos ingredientes da fórmula.

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Fonte: Com informações: Anvisa, BBC, CDC, G1, Our World in Data e Nature