Vacina contra Ômicron da Moderna gera menos anticorpos e preocupa cientistas
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 08 de Fevereiro de 2022 às 09h40
A farmacêutica Moderna conduziu os primeiros testes de sua vacina contra a variante Ômicron, mas os resultados — publicados na plataforma BioRxiv no último dia 4 — mostram que a fórmula gerou menos anticorpos neutralizantes do que o imunizante contra covid-19 da própria fabricante.
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Os testes da vacina, nomeada provisoriamente de mRNA-Omicron, foram realizados em oito macacos previamente vacinados com duas doses do imunizante da Moderna contra covid-19 (mRNA-1273). Os animais foram divididos em dois grupos. O primeiro tomou uma terceira dose da mRNA-1273, e o segundo tomou a vacina contra Ômicron.
Sendo assim, para saber a eficácia dessa nova fórmula, a equipe analisou e comparou a quantidade de anticorpos neutralizantes nos integrantes dos dois grupos, só que os resultados surpreenderam os especialistas: a média do primeiro grupo foi de 1:2980 e a do segundo grupo foi de 1:1930, o que indica que o imunizante desenvolvido especialmente para combater a variante Ômicron é menos eficaz nessa tarefa do que a própria vacina "tradicional" contra covid.
A equipe acredita que esse resultado possa ter relação com um fenômeno chamado "pecado original antigênico", em que o sistema imunológico já possui anticorpos para atingir um determinado ponto no vírus e acaba reativando as mesmas células imunes na próxima vez que encontrar o mesmo patógeno, sem conseguir lidar com as mudanças da nova cepa.
Os resultados da vacina contra Ômicron produzida pela Moderna preocupam os especialistas, mas ainda pode ser muito cedo para afirmar qualquer coisa com convicção.
A farmacêutica também não é a única que se concentra em combater essa cepa da covid-19 com um imunizante "especial": a Pfizer anunciou vacina contra Ômicron para março, inclusive. Resta esperar para ver se a empresa consegue um resultado mais eficaz que a Moderna.
Fonte: BioRxiv