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Vacina contra câncer de pâncreas avança em testes com humanos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Maio de 2023 às 11h44

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 twenty20photos/Envato
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Cientistas concluíram a primeira fase dos estudos clínicos para o desenvolvimento de uma vacina de mRNA (RNA mensageiro) da BioNTech contra o câncer de pâncreas. O caminho até o imunizante final é longo, mas os primeiros achados indicam que a equipe está na direção certa. A aposta é que o tratamento chegue ao mercado antes de 2030.

Publicada na revista científica Nature, a pesquisa, iniciada em 2019, envolveu 16 voluntários que enfrentavam um tipo bastante avançado de câncer no pâncreas e que já tinham realizado uma cirurgia para remoção do tumor. Dessa forma, foi investigada a capacidade do imunizante em evitar a reincidência da doença.

Vale apontar que, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer, atualizado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), 11,8 mil brasileiros morreram em decorrência da doença no ano de 2020. Hoje, ainda faltam tratamentos eficazes para o combate desse tipo de tumor.

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Qual é o efeito da vacina contra o câncer de pâncreas?

Liderada pelos pesquisadores e médicos do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK), a Fase 1 do estudo com humanos demonstrou que a vacina de mRNA provoca uma resposta imune eficaz e duradoura contra o câncer de pâncreas.

Em oito (50%) dos 16 pacientes recrutados, a vacina desencadeou a produção de células de defesa, como as células T específicas para o combate do tumor apresentado pelo indivíduo. “Esses resultados empolgantes indicam que podemos usar vacinas como terapia contra o câncer de pâncreas”, afirma Vinod Balachandran, do MSK, em comunicado. “As evidências apoiam nossa estratégia de adaptar cada vacina ao tumor do paciente”, acrescenta.

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No momento, os pesquisadores ainda não sabem precisar o quão eficaz é a proteção induzida contra o câncer pela vacina e nem por quanto tempo ela manterá a pessoa protegida.

Como funciona a vacina de mRNA da BioNTech?

Antes de seguirmos, vale lembrar que a empresa de biotecnologia BioNTech é a mesma que colaborou com a farmacêutica Pfizer no desenvolvimento científico das vacinas contra a covid-19. Tanto a fórmula contra o câncer quanto a que age contra o vírus usam a tecnologia do mRNA, mas são inúmeras diferenças entre elas.

Por exemplo, a vacina contra o câncer é individualizada, ou seja, é feita especificamente para cada paciente. Após a retirada do câncer, os cientistas sequenciam as proteínas presentes nos tumores pancreáticos, os chamadas neoantígenos, e os usam como base para o composto. O imunizante carrega a “fórmula” desses antígenos, através do mRNA. No corpo, o material vai ensinar o sistema imunológico a atacar o alvo oncológico, sem comprometer as células saudáveis.

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Agora, a equipe de pesquisadores começa a implementar a Fase 2 do estudo clínico, onde um grupo maior de voluntários será recrutado a partir de junho deste ano. Em paralelo, os cientistas planejam ampliar os testes para outros países, verificando como outras populações reagem ao tratamento.

Fonte: NatureMSK e Inca