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Uso de smartphones para rastrear a COVID-19 levanta questões de privacidade

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Agência Brasil
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Enquanto a Coreia do Sul e a China usam aplicativos de celular para tentar rastrear e conter o avanço do novo coronavírus, iniciativas semelhantes ainda engatinham no ocidente. Um artigo da Wired listou alguns aplicativos em desenvolvimento e os motivos pelo aparente atraso dos países ocidentais nesta área.

O uso de apps para identificar o risco de exposição a doenças não é novo no mundo. Em 2011, uma dupla de cientistas da Universidade de Cambridge criou o "FluPhone" – em tradução direta, FoneGripe, não confundir com o telefone do tricolor do Rio de Janeiro – que rastreava a localização e proximidade entre pessoas para prever e monitorar o avanço do vírus da gripe.

Um sistema semelhante foi adotado pelo governo chinês durante a epidemia da COVID-19, cruzando informações de GPS, passagens de aviões e trens para criar um mapa de transmissão e exposição ao novo coronavírus. Com a aplicação e acesso aos dados das operadoras de transporte, o governo tem à disposição informações sobre passageiros que se sentaram próximos a pessoas que foram diagnosticadas com o vírus, permitindo um acompanhamento mais rápido.

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Enquanto alguns pesquisadores e cientistas defendem que este tipo de tecnologia, como o app CoEpi citado pela Wired, seja incluída nos telefones, inclusive com um abaixo-assinado listando 13 iniciativas para empresas como Facebook, Google, Twitter, Apple, Amazon, Uber, eBay, Microsoft, operadoras de telecomunicações e outras. Outros especialistas apontam questões importantes, principalmente com relação à precisão dos dados e ao controle de privacidade de informações altamente pessoais.

Nos casos da China e Coreia do Sul, há evidências que indicam que os governos têm acesso a dados que permitem a identificação das pessoas, incluindo controles individuais sobre elas com suspeita de infecção, o que tem o potencial de gerar constrangimentos públicos.

A própria precisão do GPS poderia ser um empecilho para o funcionamento dos apps, já que o risco de transmissão acontece em distâncias menores que a precisão tradicional da tecnologia, além disso, o funcionamento eficaz de sistemas de rastreamento de contágio exigem que grande parte da população utilize o app – o artigo lista pelo menos 20%. Sem contar os riscos que uma falsa sensação de segurança que informações erradas podem causar.

Prevenção à moda antiga

Enquanto organizações e empresas não chegam a um acordo sobre o uso de apps para prevenir e monitorar doenças, valem as orientações do Ministério da Saúde enquanto não temos vacina ou medicamento contra a COVID-19:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, ou usar desinfetante para as mãos à base de álcool quando a primeira opção não for possível;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Ficar em casa quando estiver doente;
  • Usar um lenço de papel para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, e descartá-lo no lixo após o uso;
  • Não compartilhar copos, talheres e objetos de uso pessoal;
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência;
  • Manter ambientes bem ventilados e higienizar as mãos após tossir ou espirrar.

Fonte: Wired