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Uso de cannabis concentrada deixa marcas no DNA; entenda

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Michael Fischer/Pexels
Michael Fischer/Pexels

O uso de cannabis de alta potência (como um alto teor de THC, de 10% ou mais) deixa marcas no DNA. Essa é a afirmação de uma pesquisa conduzida pelo King's College London e pela University of Exeter. Segundo o estudo, essa assinatura única no DNA é relacionada a mecanismos do sistema imunológico e da produção de energia. 

Para o estudo, os autores exploraram os efeitos do uso de cannabis na metilação do DNA, ou seja: um processo químico detectado em amostras de sangue que altera o funcionamento dos genes. A metilação do DNA é um tipo de mudança epigenética, o que significa que altera a expressão genética sem afetar a sequência do DNA em si e é considerada um fator vital na interação entre fatores de risco e saúde mental.

"Com a prevalência crescente do uso de cannabis e a maior disponibilidade de cannabis de alta potência, há uma necessidade urgente de entender melhor seu impacto biológico, particularmente na saúde mental", diz o comunicado do King's College London.

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Publicado na revista Molecular Psychiatry, o artigo é o primeiro a mostrar que a cannabis de alta potência deixa uma assinatura única no DNA. Os pesquisadores dizem que o próximo passo é explorar se a assinatura de DNA para o uso de cannabis pode ajudar a identificar os usuários com maior risco de desenvolver psicose.

Assinatura da cannabis concentrada

Publicado na Molecular Psychiatry , este é o primeiro estudo a sugerir que o uso de cannabis de alta potência (definida como tendo um teor de THC de 10% ou mais) deixa uma marca distinta no DNA, fornecendo informações valiosas sobre o impacto biológico do uso de cannabis.

E por falar em psicose, a pesquisa também mostrou que o efeito do uso de cannabis no DNA é diferente em pessoas que vivenciam seu primeiro episódio de psicose em comparação com usuários que nunca tiveram.

O estudo contou com um total de 682 participantes, e permitiu a descoberta de alterações relacionadas ao gene CAVIN1 , que poderia afetar a energia e a resposta imunológica.

"A metilação do DNA, que preenche a lacuna entre a genética e os fatores ambientais, é um mecanismo-chave que permite que influências externas, como o uso de substâncias, impactem a atividade genética. Essas mudanças epigenéticas, moldadas pelo estilo de vida e exposições, oferecem uma perspectiva valiosa sobre como o uso de cannabis pode influenciar a saúde mental por meio de vias biológicas", aponta o comunicado.

Cannabis deixa marcas no DNA

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Anteriormente, outro estudo da Molecular Psychiatry já tinha mostrado relação entre a cannabis e alterações no epigenoma. Na ocasião, os pesquisadores mencionaram que fatores ambientais e de estilo de vida podem gerar essas alterações de metilação.

Fonte: King's College London

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