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Cannabis pode causar alterações epigenéticas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Julho de 2023 às 18h31

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ckstockphoto/envato
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Em estudo publicado na Molecular Psychiatry, pesquisadores apontaram a descoberta de que a cannabis pode causar alterações no epigenoma — responsável por ativar ou desativar genes para mudar o funcionamento de nossos corpos.

Para chegar às descobertas, os pesquisadores analisaram as informações de mil indivíduos que tinham sido acompanhados por 20 anos em um estudo anterior. Os participantes desse estudo forneceram amostras de sangue em duas ocasiões durante esse período.

Usando essas amostras de sangue, a equipe analisou os níveis de metilação do DNA de pessoas que usaram cannabis recentemente ou por muito tempo. A adição ou remoção de grupos metil do DNA é uma das modificações epigenéticas mais estudadas, e fatores ambientais ou de estilo de vida podem desencadear essas mudanças, que podem ser transmitidas para as gerações futuras.

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No estudo, os autores encontraram numerosos marcadores de metilação do DNA nas amostras de sangue: 132 marcadores ligados ao uso recente e 16 ligados ao uso cumulativo. A equipe conta, ainda, que identificou um marcador que já foi associado ao uso de tabaco, o que sugere uma "potencial regulação epigenética compartilhada entre o uso de tabaco e cannabis”.

Por enquanto, não há evidências para afirmar que a cannabis causa diretamente essas alterações, mas é algo a ser investigado a fundo, em futuros estudos.

A equipe deseja saber justamente se essas associações são consistentemente observadas em diferentes populações. Examinar o efeito da substância nos resultados de saúde relacionados à idade pode ser uma forma de fornecer mais informações sobre o efeito de longo prazo.

Riscos da cannabis

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A substância apresenta riscos à saúde, de acordo com alguns estudos. Para se ter uma noção, o consumo de cannabis pode trazer riscos para pessoas com problemas de coração. A planta ainda pode interagir negativamente com medicamentos cardíacos comuns, incluindo estatinas e anticoagulantes.

Em paralelo, um estudo de 2021 chegou a apontar que usuários de cannabis têm mais risco de sofrer ataque cardíaco. De acordo com o levantamento de pesquisadores da Universidade de Toronto (Canadá), a chance de sofrer um ataque cardíaco é de 1,3% na população que consome a erva, e 0,8% entre aqueles que não consomem.

Cannabis medicinal

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Em contrapartida, há diversos benefícios. Ainda neste ano, a Fiocruz destacou evidências científicas da cannabis medicinal: algumas pesquisas são conclusivas em apontar a segurança e eficácia dos canabinoides na redução de sintomas e melhora do quadro de saúde para aspectos como dor crônica, transtornos neuropsiquiátricos, náusea, vômito e perda do apetite.

A potencial segurança e eficácia do uso terapêutico da cannabis também vem sendo pesquisadas para dezenas de outras condições, como sintomas associados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), síndrome do intestino irritável, esclerose lateral amiotrófica ou artrite reumatoide.

Fonte: Molecular Psychiatry,  Agência FiocruzNBC News