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Usada na vacina da Moderna, IA pode revolucionar o tratamento de outras doenças

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Maio de 2021 às 10h45

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_Tempus_/Envato
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Responsável pelo desenvolvimento de uma das primeiras vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2, a farmacêutica norte-americana Moderna trabalha na pesquisa de novas terapias para outras inúmeras doenças. Para isso, os cientistas da companhia estudam o mRNA (RNA mensageiro) e a IA (Inteligência Artificial), tecnologias que foram aperfeiçoadas no processo de produção do imunizante contra a COVID-19.

Durante o AWS Summit Online, Dave Johnson, vice-presidente de informática, ciência de dados e IA da Moderna, contou os projetos que estão em desenvolvimento pela farmacêutica e os planos de revolucionar o tratamento de doenças. No caso da vacina contra a COVID-19, a estrutura de pesquisa permitiu que a primeira pessoa recebesse uma dose da fórmula ainda no dia 16 de março de 2020, na Fase 1 de testes, ou seja, em menos de três meses de trabalho.

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Como funciona a vacina da Moderna contra a COVID-19?

O segredo por trás da vacina da Moderna é o uso do mRNA, também conhecido como a "molécula de informação". Para entender a sua importância, é preciso lembrar que o DNA é responsável pelo armazenamento de longo prazo de informações genéticas e que nele estão codificadas instruções para produzir dezenas de milhares de proteínas que são responsáveis ​​por inúmeras funções do corpo.

Agora, o mRNA é a molécula que carrega essas instruções do DNA para as células, ou seja, é ele que carrega as instruções para a produção de proteínas. Quando a Moderna desenvolve um mRNA sintético, "podemos codificar informações para qualquer proteína que quisermos de enzimas críticas que pode estar funcionando mal, em caso de uma doença rara, ou de um antígeno, para desencadear uma resposta imunológica contra um vírus", explicou Johnson.

Desde a fundação da empresa, a equipe trabalha para que a tecnologia do mRNA funcione como um aplicativo e que esse app pudesse ser adaptado ou atualizado, dependendo da demanda. "Esta plataforma é habilitada por nossa infraestrutura digital, que aproveita a automação do fluxo de trabalho, captura de dados e IA para acelerar processos e fornecer informações aos nossos cientistas", comentou Johnson.

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A "cura" para outras doenças com a IA

"Integramos tecnologia digital e algoritmos de IA para acelerar esses ciclos de P&D e nos dar uma escala realmente sem precedentes", afirmou o executivo. "Estamos expandindo, rapidamente, nosso portfólio de alvos de doenças infecciosas, incluindo vírus muito mais complexos, como CMV [citomegalovírus]", exemplificou. Este agente infeccioso permanece para sempre latente no organismo da pessoa infectada e, quando a imunidade baixa, ele pode atacar novamente. 

“A vacina na qual estamos trabalhando requer a síntese de seis proteínas diferentes em conjunto para atacar esse vírus", detalhou sobre o novo projeto. "Realmente, é essa natureza flexível e programável do mRNA, combinada com a paisagem digital da Moderna e nossa abordagem de plataforma, que acreditamos que pode realmente revolucionar a forma como as doenças são tratadas", afirmou Johnson.

Com a atual tecnologia, os cientistas podem projetar novas construções de mRNA, usar algoritmos de IA para otimizá-los e, em seguida, solicitar uma produção em escala pré-clínica dessas moléculas. Nesse processo, "temos algoritmos que automatizam as decisões de logística e temos algoritmos que automatizam as etapas de controle de qualidade, o que economiza incontáveis ​​horas de revisão manual, mas também melhora a qualidade dessas análises, porque os algoritmos podem frequentemente detectar coisas que não são aparentes aos olhos humanos", completou Johnson.

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Fonte: ZD Net