Uma única dose de bebida alcoólica pode fazer mal ao coração; entenda
Por Natalie Rosa • Editado por Luciana Zaramela |
De acordo com um novo estudo realizado em São Francisco, na Califórnia, uma simples taça de vinho pode ser prejudicial ao seu coração. A pesquisa revela que a ingestão de bebida alcoólica, mesmo em pouca quantidade, aumenta o risco de desenvolver fibrilação atrial, condição que resulta em batimentos cardíacos irregulares e que pode provocar a má circulação do sangue.
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Gregory Marcus, um dos autores do estudo, revela que a descoberta vai contra um senso comum de que a fibrilação atrial está relacionada ao consumo excessivo de álcool. "Parece que mesmo uma única [dose de] bebida alcoólica pode ser suficiente para aumentar o risco", diz o pesquisador, fazendo um alerta.
Marcus conta ainda que os casos de fibrilação atrial nem sempre são imprevisíveis, pois existem formas de identificar os sintomas e prevenir episódios de arritmia cardíaca aguda. Pessoas com a condição sofrem com a perda de qualidade de vida, correndo risco de derrames e até de morte.
O novo estudo foi feito com base em 100 pacientes com fibrilação atrial e que consumiam, pelo menos, uma bebida por mês. Os cientistas excluíram do estudo, no entanto, pessoas que contam com histórico de abuso de álcool e outras substâncias, assim como indivíduos com algum tipo de alergia ou que estavam mudando de tratamento para a doença.
Cada um dos participantes da pesquisa precisou usar um monitor de eletrocardiograma por cerca de quatro semanas, pressionando um botão a cada consumo de bebida alcoólica de quantidade padronizada. O monitoramento também contou com um sensor de álcool de registro contínuo, além de exames de sangue periódicos. No total, os pacientes consumiram, em média, uma bebida por dia durante o tempo de estudo.
A pequisa descobriu que a probabilidade de ter um episódio de fibrilação atrial é duas vezes maior com uma única dose de bebida alcoólica ingerida, e três vezes maior com duas ou mais doses ingeridas nas últimas quatro horas. As chances de ter crises da condição também foram associadas ao aumento da concentração de álcool no sangue.
"Quanto mais álcool consumido, maior o risco de um evento agudo de fibrilação atrial", diz Marcus. "Essas observações refletem o que já foi dito por pacientes há décadas, mas essa é a evidência mais objetiva e mensurável de que a exposição modificável pode influenciar nas chances de acontecer um episódio da doença", completa o médico.
O estudo completo está disponível para consulta neste link.
Fonte: Science Blog