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UFRJ trabalha para desenvolver terapia com células-tronco contra a COVID-19

Por| 26 de Março de 2020 às 13h43

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Frente à pandemia que tem sido a principal preocupação da população do mundo inteiro, muitos pesquisadores estão unindo forças para entender como lidar com a COVID-19. É o caso da UFRJ, por exemplo, que conta com um grupo que está trabalhando para desenvolver terapia com células-tronco em pacientes com quadros críticos.

A líder desse grupo de pesquisas, Patrícia Rocco, chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar da UFRJ, membro da Academia Nacional de Medicina e da Academia Brasileira de Ciências, deu uma entrevista ao jornal O Globo contando que essa equipe investiga o uso de derivados de células-tronco voltados principalmente a pacientes com estágio avançado da doença.

Quando se trata de casos graves, Patrícia conta que os pulmões ficam inflamados, podendo ficar mais rígidos e não responder aos procedimentos usuais, como altos níveis de pressão expiratória final. "Além disso, estamos vendo que os pacientes apresentam embolia pulmonar frequentemente associada à COVID-19, deteriorando ainda mais os pulmões", afirma.

A pesquisa do grupo consiste em terapias com células mesenquimais de diferentes origens: medula óssea, tecido adiposo, do cordão umbilical. "Mas as células-tronco não podem ser dadas diretamente porque o vírus também as infecta e destrói. Então, estamos pensando numa estratégia", explica a chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar da UFRJ.

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"Sabemos que essas células liberam as chamadas vesículas extracelulares que podem não ser afetadas pelo vírus e que contêm dentro delas microRNA, RNA-mensageiro e uma série de outras substâncias. Achamos que tais vesículas extracelulares possam conter a inflamação grave, que mata os pacientes. Temos que provar que essas vesículas extracelulares possam atuar in vitro e depois nossa ideia é dar diretamente as vesículas extraídas dessas células-tronco aos pacientes", acrescenta.

Segundo a médica, em média, cada paciente infecta até três indivíduos. Isso ocorre, a grosso modo, pela forma do vírus. Ele é uma coroa de espinhos. E os utiliza para entrar, dominar a célula e usar o material genético dela para se multiplicar muito depressa. Patrícia diz que, basicamente, a pessoa infectada vira uma fábrica de vírus antes que os sintomas apareçam. Isso faz com que passe de uma pessoa para outra com grande eficiência e dificulta demais o fim da pandemia. Por isso, as quarentenas são fundamentais.

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Segundo ela, em relação ao tratamento da COVID-19, há estratégias com remédios e outras não-farmacológicas, como as células mesenquimais, mas completa que todos os estudos foram realizados em um número pequeno de pacientes, em diferentes momentos da doença, o que não permite que indiquemos tais terapias de forma rotineira.

Fonte: O Globo