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Tratamento para alcoolismo pode ajudar no combate da COVID-19, diz estudo

Por| 06 de Agosto de 2020 às 13h50

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Christine Sandu/Unsplash
Christine Sandu/Unsplash

Para a recuperação de pacientes contaminados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), pesquisadores em todo o mundo seguem investigando fórmulas e remédios eficazes contra a COVID-19. Agora, uma equipe formada por químicos da Universidade HSE e do Instituto Zelinsky de Química Orgânica, ambos na Rússia, descobriram que um medicamento usado contra o alcoolismo pode ser eficaz no combate a nova doença.

No artigo publicado na revista Mendeleev Communications, os químicos descreveram a ação do remédio o dissulfiram, usado no tratamento do alcoolismo, no controle do novo coronavírus. Para isso, os pesquisadores contaram com uma modelagem molecular, ou seja, a descoberta foi feita a partir de técnicas computacionais que simulam o comportamento da molécula testas no organismo.

Além da descoberta preliminar sobre o medicamento, em 2014, a equipe de químicos russos também modelou um possível tratamento para casos de leucemia (tipo de câncer que atinge os tecidos formadores do sangue) e, em 2017, um tratamento para artrite reumatoide.

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No uso do combate ao alcoolismo, os componentes do dissulfiram reagem ao aumento da concentração de álcool no fígado e costuma desencadear náuseas, alterações na pressão arterial e outros sintomas ligados ao mal-estar no paciente. Como resultado, os usuários adquirem, ao longo do tempo, um reflexo condicionado de repulsa ao consumo de bebidas que contêm álcool.

Como foi a pesquisa?

Como a maioria das pesquisas na área, o estudo russo focou primeiro nos elementos estruturais do vírus já que são menos sujeitos a mutações e, por isso, podem ser escolhidos como alvo para um potencial tratamento. Do contrário, um medicamento eficaz contra uma cepa específica do coronavírus, provavelmente, não ser tão eficaz contra outra.

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Assim, os químicos investigaram a ação de inúmeros remédios na protease (Mpro) do coronavírus, que é a sua principal enzima. É a partir dela que o vírus consegue infectar células humanas e é peça fundamental na reprodução viral. Dessa forma, um medicamento eficaz, nesse estudo, precisaria eliminar essa enzima, como o dissulfiram agiu na modelagem.

Em paralelo e de forma independente, testes realizados por um laboratório nos Estados Unidos demonstraram que o dissulfiram realmente inibe a atividade da enzima do novo coronavírus, o que confirma os resultados preliminares da modelagem. Diante dessa possibilidade, em setembro, médicos norte-americanos devem iniciar tratamentos experimentais de pacientes diagnosticados com a COVID-19. Um grupo de bioquímicos chineses também devem iniciar investigações com o mesmo medicamento, em breve.

A droga de combate ao alcoolismo faz parte do banco de dados de medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, agência com papel semelhante à Anvisa no Brasil, o que deve facilitar sua liberação no tratamento da COVID-19, caso a teoria se comprove como verdadeira em outros testes, como em ensaios clínicos com humanos infectados pelo coronavírus.

Fonte: EurekaAlert! e Universidade HSE