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Tratamento gênico experimental prolongou em mais de 40% a vida de roedores

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Twenty20photos/Envato Elements
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Procurando promover uma forma de longevidade saudável, cientistas anunciaram o prolongamento de 41% da vida de roedores, a partir de uma nova terapia gênica — ainda em fase de testes. O estudo pré-clínico avaliou a eficácia e a segurança de um tratamento que evita ou reduz a capacidade de encurtamento dos telômeros nos animais.

Publicado na revista científica The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo que promoveu o aumento da longevidade em roedores foi desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisidores, como membros da Shenzhen University (SZU), China, e da Rutgers New Jersey Medical School, nos Estados Unidos. A pesquisa também contou com a colaboração de cientistas da empresa de biotecnologia BioViva.

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"Nosso regime terapêutico parece exigir administração mensal para ter efeitos contínuos", explicam os autores sobre a necessidade de manter um tratamento regular para alcançar a maior longevidade entre os roedores. A aplicação da terapia é feita de forma intranasal e também injetável.

Entenda o que são telômeros

Vale explicar que os telômeros são sequências repetitivas de DNA, encontradas nas extremidades de cada cromossomo humano. A função deles é proteger o DNA dos vários ciclos de replicação, mas, no meio deste processo natural, os telômeros vão se encurtando. Isso marca o envelhecimento celular e, consequentemente, é um parâmetro usado como um marcador da idade biológica.

A ideia da equipe de cientistas norte-americanos e chineses é desenvolver uma terapia que reduza a velocidade de encurtamento dos telômeros. Em tese, isso deve garantir que os humanos se tornem mais longevos. É o que demonstrou os experimentos pré-clínicos com os roedores.

Como o tratamento prolongou a vida dos roedores?

Na terapia experimental, os cientistas miraram em uma enzima específica, chamada de telomerase. Esta é responsável por manter e alongar o comprimento das "tampas" dos telômeros nos cromossomos.

Por meio de um citomegalovírus (CMV) geneticamente editado, foi possível aumentar a atividade da enzima em animais biologicamente mais velhos, o que aumentou a sua vida útil. Isso quando se comparou os resultados com os do grupo de controle, que não passou pela intervenção e tinham a mesma idade.

Em média, a estratégia aumentou em 41% a vida dos roedores. Além disso, ajudou a prevenir a queda de pelos e melhorou a atividade motora e a coordenação das cobaias. Por outro lado, o tratamento não aumentou o risco de câncer desses animais, o que é normalmente uma preocupação na pesquisa de telômeros.

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"O objetivo de alcançar uma longevidade saudável continua sendo um assunto desafiador na ciência biomédica", explicam os autores. No entanto, uma boa oportunidade de modificar este cenário foi encontrada pela equipe e, agora, mais estudos são necessários para confirmar os efeitos. No futuro, a descoberta pode permitir que o tratamento chegue ao mercado para os humanos.

Fonte: PNAS e IFL Science