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Estudo descobre como rejuvenescer músculos em roedores idosos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Dezembro de 2021 às 08h30

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CreativeNature_nl/Envato Elements
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Um recente estudo realizado com camundongos descobriu um mecanismo que, potencialmente, pode reverter o envelhecimento natural dos músculos, causado pelo envelhecimento. Pesquisadores da Fondazione Don Carlo Gnocchi (FDG), na Itália, e da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, identificaram uma das razões que levam a este declínio. Agora, mais estudos são necessários.

Conforme o indivíduo envelhece, os músculos perdem seu tônus, tornam-se mais fracos e a capacidade de cicatrização após uma lesão é reduzida. Isso vale tanto para humanos quanto para roedores e outros animais. Entender o que leva a essas transformações é a chave para o desenvolvimento de novas terapias para a regeneração muscular dos mais velhos.

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Publicado na revista científica Nature Aging, o estudo observou as vesículas extracelulares (EVs) — nanopartículas liberadas pela maioria das células de um organismo — e entendeu que estas entregam instruções genéticas valiosas para a proteína de longevidade, conhecida como Klotho, nas células musculares.

Segundo os cientistas, a perda da função muscular e a redução da capacidade de reparo muscular, em camundongos mais velhos, podem ser causadas ​​pelas EVs. Nesses indivíduos, elas carregam menos cópias das instruções genéticas "positivas" quando são comparadas com as de animais mais jovens.

É a fórmula para rejuvenescer os músculos?

“De certa forma, isso nos ajuda a entender a biologia básica de como funciona a regeneração muscular e como ela deixa de funcionar à medida que envelhecemos. Então, levando essa informação para a próxima etapa, podemos pensar sobre o uso de vesículas extracelulares como terapêutica para neutralizar esses defeitos relacionados à idade”, aposta uma das autoras do estudo e professora associada da Universidade de Pittsburgh, Fabrisia Ambrosio, em comunicado.

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Previamente, os pesquisadores já sabiam que, quando roedores mais velhos recebiam sangue de roedores mais jovens, as características "juvenis" podem ser restauradas em muitas células e tecidos, incluindo nos músculos. Só que não era possível identificar o porquê.

Agora, parte desse mistério está resolvida com a identificação do papel das vesículas extracelulares. “Como uma mensagem em uma garrafa, as EVs entregam informações às células-alvo”, ilustra a pesquisadora Amrita Sahu, pós-doutoranda na universidade norte-americana.

Estudos com camundongos idosos

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores coletaram soro — a fração de sangue que resta após a remoção de células sanguíneas e fatores de coagulação — de camundongos jovens e o injetaram em camundongos idosos com lesão muscular.

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Como era esperado, as cobaias que receberam soro jovem mostraram regeneração muscular aumentada e melhor recuperação funcional em comparação com aqueles que receberam um placebo. Só que o soro sem as EVs não surtia os mesmos resultados, segundo os cientistas.

Além disso, a equipe entendeu que as EVs entregam instruções genéticas (mRNA) que codificam a proteína anti-envelhecimento Klotho para células progenitoras musculares — um tipo de célula-tronco importante para a regeneração do músculo esquelético.

Agora, observando o soro de camundongos mais velhos, sem nenhuma interferência, foi possível identificar que ele carregava uma menor concentração de instruções genéticas para codificar a Klotho. A ideia é que esta alteração seja uma das responsáveis pelo envelhecimento muscular.

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Novos tratamentos devem surgir

Após as análises, o entendimento é que as “EVs podem ser benéficas para aumentar a capacidade regenerativa dos músculos em indivíduos mais velhos e melhorar a recuperação funcional após uma lesão”, pontua Ambrosio.

Agora, a equipe está interessada no desenvolvimento das EVs, com cargas específicas, "para podermos ditar as respostas das células-alvos”, explica Ambrosia. No futuro, este pode se tornar um novo tratamento contra o envelhecimento. Porém, antes, um longo caminho e inúmeros anos de estudo devem ser percorridos.

Fonte: Nature Aging