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Transplante de fezes? Experimento com ratos reverte envelhecimento cerebral

Por| Editado por Claudio Yuge | 20 de Agosto de 2021 às 22h20

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Wirestock/Freepik
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Quanto mais envelhecemos, mais lento o cérebro fica, sendo um processo que não tem como escapar. Porém, cientistas querem reverter essa condição natural, e testes com ratos já mostraram que é algo possível com a ajuda de uma prática já conhecida na medicina, que consiste no transplante de micróbios intestinais. 

O processo foi feito, então, transferindo as fezes de ratos jovens para os roedores idosos. Sean Gibbons, um dos cientistas responsáveis pelo estudo, explica que os testes foram feitos com amostras fecais de camundongos com idades entre três e quatro meses, que equivalem a um jovem adulto humano, para animais que já tinham 20 meses de vida.

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Então, os ratos idosos foram alimentados com uma pasta de fezes através de um tubo de alimentação, por um período de dois meses, duas vezes por semana. A fim de controle, os roedores velhos também receberam o transplante de outros da mesma faixa etária; e os animais mais jovens receberam de outros de idade semelhante. Os pesquisadores perceberam que os microbiomas intestinais dos ratos velhos que receberam o transplante dos jovens começaram a se parecer com os dos mais novos, como conta o estudo. O Enterococcus, por exemplo, o micróbio intestinal mais comum, ficou muito mais abundante. 

Mudanças também foram vistas no cérebro, com o hipocampo dos ratos idosos, região cerebral de aprendizado e memória, que ficou não só quimicamente mais parecido com os dos mais novos, como também fisicamente. Esses animais conseguiram resolver labirintos mais rápidos e memorizá-los, por exemplo, algo que os roedores velhos que recebem transplante de outros mais velhos não conseguiram.

Algumas coisas não mudaram, no entanto, como contam os cientistas, como as bactérias intestinais. Além disso, os ratos idosos não se tornaram mais sociáveis. Os pesquisadores dizem que ainda não há como saber se esses novos micróbios se instalaram nos animais mais velhos de forma definitiva ou se eles ficaram por lá temporariamente.

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Mais estudos precisam ser feitos para comprovar a eficácia do transplante para talvez, um dia, serem realizados com adultos e trazerem novas respostas. A pesquisa está disponível para consulta na revista Nature.

Fonte: ScienceMag