Teste de COVID-19 por saliva é eficaz em crianças, aponta USP
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 03 de Maio de 2021 às 17h35
O Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) descobriu, por meio de um novo estudo (ainda sem revisão por pares), que testes de COVID-19 que usam amostras de saliva são eficazes em crianças sintomáticas e assintomáticas.
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Para chegar a essa conclusão, o grupo coletou saliva de 50 crianças sintomáticas. Além disso, coletou amostras de secreção respiratória por swab, para comparar a eficácia do teste com a saliva e o teste molecular por RT-PCR, usado com mais frequência na detecção do vírus em questão.
Um dos diferenciais do teste com a amostra de saliva é que ela pode durar até 24 horas dentro de um pote hermeticamente fechado e armazenado dentro de uma geladeira comum, e dispensa a necessidade de um profissional de saúde para fazer a coleta, evitando o risco da exposição ao material biológico e uma possível infecção pelo coronavírus. A análise por saliva também é menos invasiva que o teste por swab.
Os pesquisadores mencionam a existência prévia de estudos que comprovam que a análise de saliva é tão eficaz quanto a análise por swab para o diagnóstico da COVID-19 em adultos, mas apontam que ainda não havia esses dados sobre crianças.
O grupo ainda conta a proposta de ampliar a amostragem do estudo para atestar a viabilidade da testagem de crianças em massa. O exame por saliva se apresenta, pelo menos por enquanto, como uma medida de vigilância eficaz para o controle da disseminação do coronavírus nesse grupo. Segundo os pesquisadores, dependendo da idade da criança, ela pode até fazer o exame sozinha, o que torna bem mais prático o controle, o que leva a análise de saliva a ser "uma alternativa viável de coleta”.