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Teoria evolutiva explica como será o futuro com a variante Delta

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Agosto de 2021 às 14h30

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Com a chegada das variantes do coronavírus, principalmente a Delta, que se originou na Índia, o cenário de recuperação da pandemia passou por uma reviravolta. O que se sabe sobre a cepa, até o momento, é que ela é mais transmissível que a original, mas ainda não há dados que comprovem que ela é mais mortal.

Essa nova variante do coronavírus vem provocando o aumento de casos, até em países onde a pandemia parecia estar sob controle, como Estados Unidos e Israel. O que será, então, do nosso futuro com a circulação da Delta? Segundo especialistas, a teoria evolutiva tem uma resposta para essa pergunta.

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Evolução do vírus

Quando um vírus evolui, significa que ele passou por uma série de mutações aleatórias no genoma viral durante a replicação, processo que é vantajoso para o vírus. As cópias desses genes, então, ganham mais chances de sobreviver na próxima geração devido à seleção natural. Novas variantes também podem surgir através da recombinação, que acontece quando os vírus adquirem genes de outros vírus ou de seus próprios hospedeiros.

Sendo assim, a evolução pode favorecer cepas de vírus que provoquem o aumento da curva epidêmica, ou seja, levando ao surgimento de mais casos de forma mais rápida. Com base nisso, há duas possibilidades. A primeira é a de que o vírus pode se tornar mais transmissível, fazendo com que uma pessoa infectada contamine mais pessoas e que futuras versões do vírus tenham um número reprodutivo maior. A segunda possibilidade é que a evolução do vírus encurte o tempo que leva entre um indivíduo ser contaminado e contaminar outras pessoas.

No caso da variante Delta, que vem substituindo a cepa original, originada em Wuhan, na China, as duas possibilidades se encaixam. O SARS-CoV-2 original conta com um valor de reprodução de 2-3, enquanto a Delta tem valor de 5-6, ou seja, uma pessoa infectada pela nova cepa pode infectar, pelo menos, duas vezes mais pessoas do que se fosse com a cepa inicial. Além disso, há evidências de que o intervalo de reprodução da Delta também seja mais curto do que o do vírus original.

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Isso pode estar acontecendo porque pessoas infectadas pela variante Delta possuem uma carga viral mais alta, permitindo que a transmissão aconteça ainda mais cedo a partir do dia da infecção. Com a carga viral mais alta, a cepa pode ser transmitida mais facilmente ao ar livre e após contatos rápidos.

Vacinação 

A teoria evolutiva diz que as variantes dos vírus podem reduzir a eficácia das vacinas, que precisarão passar por reformulações para acompanhar a evolução viral. Com isso, poderá ser comum a aplicação de doses de reforço regulares para conter as variantes, como é feito há anos com a vacina contra a gripe comum. Hoje, as vacinas contra a COVID-19 reduzem a chance do vírus ser transmitido a outras pessoas, mas não bloqueiam a transmissão completamente.

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Com o tempo, então, o vírus será cada vez mais prejudicial em pessoas não-vacinadas. Não sabemos, no entanto, se o vírus se tornará mais mortal com o tempo, ou se ficará menos contagioso. Também não há a possibilidade de que os humanos evoluam ao ponto de serem resistentes à variante Delta, uma vez que a reprodução humana não é rápida o suficiente para acompanhar as evoluções do vírus.

Por fim, a teoria evolutiva alerta para o surgimento de futuras pandemias, uma vez que a mutação dos genes permite que vírus raros e obscuros tenham acesso aos humanos através dos animais, como provavelmente foi o que aconteceu com o coronavírus.

Fonte: Science Alert