"Tatuagem eletrônica": tinta condutiva pode substituir eletrodos
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Na última segunda-feira (2), cientistas da Texas University (EUA) anunciaram a criação de uma espécie de tatuagem eletrônica para medir a atividade cerebral. A tinta pode ser impressa no couro cabeludo, e pode servir como uma alternativa aos eletrodos.
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A tecnologia já chegou nas tatuagens: não é a toa que já temos uma tatuagem capaz de monitorar a saúde ou a smart tattoo, que prometia ser o futuro dos dispositivos wearable. Mas dessa vez, os pesquisadores do Texas levaram esses conceitos a outro nível, principalmente se levarmos em consideração a complexidade do cérebro.
Nesse caso, a tinta é feita de polímeros condutores e pode fluir através do cabelo para atingir o couro cabeludo. Uma vez seca, funciona como um sensor de película fina, captando a atividade cerebral através do couro cabeludo.
Usando um algoritmo de computador, os pesquisadores podem projetar os pontos no couro cabeludo do paciente. Então, usam uma impressora para pulverizar uma fina camada de tinta n esses pontos.
Mas pode ficar tranquilo: não há dor como a de uma tatuagem normal. Para falar a verdade, de acordo com os próprios pesquisadores, o processo é rápido, não requer contato e não causa desconforto algum. Veja como funciona:
Para testar, a equipe imprimiu as tatuagens no couro cabeludo de cinco participantes. Eles também anexaram eletrodos convencionais ao lado das tatuagens para fazer uma comparação.
Eis o resultado: a equipe descobriu que as e-tattoos tiveram um desempenho comparativamente bom na detecção de ondas cerebrais com ruído mínimo.
Após seis horas, o gel nos eletrodos convencionais começou a secar e a maior parte parou de captar sinais, mas as tatuagens seguiram firmes e fortes: mantiveram a conectividade estável por pelo menos 24 horas.
Animados com os resultados, os cientistas julgam que esse estudo tem potencial para mudar a maneira como dispositivos de interface cérebro-computador não invasivos são projetados. O que resta é ficar de olho nas próximas pesquisas para saber os desdobramentos dessa tatuagem eletrônica.
O estudo completo pode ser acessado no periódico Cell Biomaterials.
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Fonte: EurekAlert!