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SUS incorpora terapia que substitui cirurgia em metástase no fígado

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Julho de 2024 às 12h39

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National Cancer Institute/Unsplash
National Cancer Institute/Unsplash

A partir de setembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve oferecer uma nova alternativa de tratamento oncológico para pacientes com metástase no fígado. Classificada como minimamente invasiva, a técnica não envolve a retirada dos tumores secundários, mas, sim, a destruição deles induzida por altas temperaturas. É a ablação térmica.  

Durante o procedimento contra o câncer, o médico insere uma espécie de “agulha”, guiada por equipamentos de ultrassom ou tomografia, que “queima” e danifica as células cancerígenas no fígado, com temperaturas superiores a 60 ºC.

Anteriormente, a técnica que substitui a cirurgia em caso de metástase hepática estava disponível apenas para pacientes com planos de saúde. No entanto, a decisão do Ministério da Saúde, através da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vai ampliar o acesso à terapia.

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Câncer colorretal no fígado?

Vale observar que a técnica da ablação é indicada apenas para tumores secundários no fígado. Nesses casos, a doença surgiu a partir de um quadro de câncer colorretal (cólon e reto) e se espalhou, por causa da metástase, para outras regiões do corpo.

"O câncer de cólon e reto é considerado tratável e frequentemente curável quando diagnosticado de forma localizada no intestino”, explica a Conitec, em nota. “A maioria das mortes relacionadas à doença está associada à metástase, quando as células do tumor se espalham para outros órgãos”, como o fígado, complementa.

Segundo a Conitec, cerca de 20% dos pacientes com câncer colorretal já são diagnosticados com metástase, sendo o fígado o órgão acometido mais comum.

A relação tão alta entre o câncer colorretal e metástase no fígado pode ser explicada pelo fato de que o fígado atua como “peneira”, filtrando o sangue. Então, as células cancerígenas originadas no intestino vão para a corrente sanguínea e são “filtradas” no sistema hepático, onde podem se desenvolver e formar tumores.

Em relação à ablação térmica, “o procedimento é indicado para pacientes selecionados, que geralmente apresentam poucos tumores com diâmetro de até 4 cm, quando não há possibilidade de extração por cirurgia ou quando a cirurgia não é uma opção devido ao risco cirúrgico”, detalha a comissão.

Ablação em metástase no fígado

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No mês passado, pesquisadores da Universidade Livre de Amsterdã (Holanda) demonstraram as vantagens da ablação em relação à cirurgia convencional em pacientes com metástase no fígado, em estudo recém-anunciado.

Apelidada de Collision, a pesquisa investigou a melhor técnica para o tratamento deste tipo de tumor em cerca de 300 pacientes com até 10 nódulos no fígado de até 3 cm. Desse total, 148 passaram pela cirurgia de remoção, enquanto os outros 147 foram tratados com a técnica de ablação.

Segundo os autores, a técnica de ablação térmica reduz o risco de complicações, como infecções pós-operatórias. Também diminuiu o tempo de internação, de quatro dias para 24 horas. Tudo isso sem comprometer o tempo de sobrevida livre da doença.

O estudo holandês foi apresentado durante o encontro anual da American Society for Clinical Oncology (ASCO), que ocorreu em Chicago, nos EUA. E esses novos dados vão ajudar na implementação do novo tratamento incorporado ao SUS.

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Fonte: Conitec e ASCO