Dinamarca e Suécia suspendem temporariamente uso da vacina da Moderna em jovens
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 07 de Outubro de 2021 às 15h40
Na quarta-feira (6), a Dinamarca e a Suécia suspenderam o uso da vacina desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna contra a covid-19 para o público mais jovem. A decisão foi tomada após relatos de possíveis efeitos colaterais cardiovasculares raros, como miocardite e pericardite, e que ainda devem ser analisados.
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Ambos os países recomendam, neste momento, o uso da vacina da Pfizer/BioNTech para a imunização dos mais jovens contra o coronavírus SARS-CoV-2. Vale ressaltar que a suspensão de idade para a aplicação da vacina da Moderna variou entre os dois países.
Suspensão na Dinamarca e na Suécia
No caso da Dinamarca, a suspensão de uso da vacina da Moderna abrange todos com menos de 18 anos pelo "princípio de precaução", segundo definiram as autoridades locais. "Nos dados preliminares, há uma suspeita de um risco aumentado de inflamação do coração, quando [a pessoa é] vacinada com Moderna", explicou a Autoridade de Saúde dinamarquesa, em comunicado. Na mesma nota, os dinamarqueses esclarecerem que "a inflamação do coração é um efeito colateral extremamente raro que geralmente tem um curso leve e desaparece por conta própria".
Já a agência de saúde sueca afirmou que a suspensão do uso da vacina da Moderna valeria para todos aqueles que nasceram a partir de 1991 — a restrição deve valer para quem tem menos de 30 anos. De acordo com as autoridades, o imunizante pode causar, em casos raros, miocardite e pericardite entre jovens e adultos jovens que foram vacinados. Os quadros são conhecidos por envolver a inflamação do coração.
"A conexão é clara quando se trata da vacina Spikevax, da Moderna, especialmente após a segunda dose", informou a agência de saúde da Suécia para a Reuters. No entanto, foi destacado que o risco de ser afetado é muito pequeno. Assim, trata-se de uma medida preventiva.
Em julho deste ano, o comitê de segurança da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu que, em casos raros, doenças cardíacas inflamatórias podem ocorrer após o uso da vacina da Pfizer e da Moderna, mais frequentemente em homens mais jovens após a segunda dose.
Resposta da Moderna sobre a suspensão
Em resposta a essa decisão, um porta-voz da Moderna comentou que a empresa estava ciente das decisões dos reguladores por causa do risco raro de miocardite ou pericardite, após imunização. Segundo um estudo da farmacêutica que ainda não foi revisado por pares, jovens do sexo masculino com menos de 20 anos têm seis vezes mais probabilidade de desenvolver miocardite após contrair covid-19 do que aqueles que foram vacinados.
“Esses são casos tipicamente leves e os indivíduos tendem a se recuperar em um curto período após o tratamento padrão e repouso. O risco de miocardite é substancialmente aumentado para aqueles que contraem covid-19, e a vacinação é a melhor forma de proteção contra isso”, pontuou.
Fonte: Reuters