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Startup implanta chip no cérebro de pacientes e tira após 15 minutos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Junho de 2023 às 17h47

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Image-Source/Envato Elements
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Já é possível prever que nos próximos 10 anos, em alguma escala, o uso de interfaces cérebro-computador (BCIs) irá se popularizar. Nos últimos dias, a Neuralink, de Elon Musk, afirmou que obteve aprovação para os primeiros testes do chip cerebral em humanos. Em paralelo, uma startup menos popular, a Precision Neuroscience, já testa os seus implantes em pequenos períodos de 15 minutos, através de uma espécie de brecha na legislação.

Entre os meses de abril e maio, os pesquisadores da West Virginia University, nos Estados Unidos, testaram os implantes cerebrais da Precision, pela primeira vez, em humanos. Apenas três pacientes, durante uma cirurgia de remoção de um tumor no cérebro, contribuíram com os testes práticos de 15 minutos para o aperfeiçoamento da tecnologia.

“Esta é a primeira vez que nossa tecnologia chega a pacientes humanos”, afirma Benjamin Rapoport, diretor científico e cofundador da Precision, para a Wired. Os resultados desse rápido experimento não foram publicados, mas os responsáveis revelam que ele foi bastante promissor.

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Os implantes cerebrais da startup Precision

Por enquanto, a Precision não tem autorização para realizar nenhum tipo de ensaio clínico com a sua tecnologia. Dessa forma, os testes foram considerados apenas um breve experimento com a sua tira de microeletrodos, capazes de se adaptarem ao cérebro sem riscos de danos ao tecido. Segundo os responsáveis, foi justamente esse risco bastante baixo que garantiu a realização, sem a autorização da agência Food and Drug Administration (FDA).

Diferente do chip em desenvolvimento pela Neuralink, considerado mais invasivo, esta outra proposta envolve também um chip, mas é apenas uma tira mais fina com os microeletrodos que entra em contato direto e é sobreposta ao cérebro. Por isso, foi possível instalá-la e removê-la no intervalo de alguns minutos, sem maiores danos aos pacientes oncológicos.

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A seguir, veja como é tira com microeletrodos da startup:

Nesse período, os pesquisadores afirmam ter captado, registrado e mapeado a atividade elétrica em parte dos lobos temporais dos indivíduos. Esses registros já devem auxiliar no aperfeiçoamento da tecnologia.

Avanço no desenvolvimento da interface cérebro-computador

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Agora, a próxima etapa de desenvolvimento da pesquisa é obter a aprovação da FDA para realizar, de fato, experimentos com o implante em humanos. Para isso, a Precision deve alegar que a sua tecnologia funciona para fins de diagnóstico ao mapear o cérebro, detectando tumores e alterações associadas aos ataques epiléticos, por exemplo.

Após completar essa etapa e a respectiva validação, a empresa deve solicitar uma ampliação de uso para os implantes, onde solicitará a autorização de testes em pessoas com paralisia e que têm dificuldades de comunicação e locomoção. Nesses casos, a tecnologia permitirá o controle de exoesqueletos e até a fala, dependendo de como evoluir.

“Estamos à beira de uma nova geração de interfaces mais significativas que nos permitem restaurar a função ou a mobilidade de pacientes com deficiência”, aposta Peter Konrad, da West Virginia University. Neste páreo, a Precision terá fortes concorrentes no mercado, como a Neuralink e a Science Corp, de Max Hodak.

Fonte: Precision Neuroscience e Wired